Mais uma banda do Rio de Janeiro prestigia o
Over Metal. A banda Dark Tower que
executa um Black/Death com elementos de Heavy Metal nos atendeu através de
Flávio Gonçalves e Rodolfo Ferreira, que concederam uma entrevista bem densa,
mas com respostas claras, mostrando opinião, o atual momento e próximos passos
do Dark Tower.
Confira mais uma excelente entrevista.
Filipe Lima (F.L.) - Primeiramente obrigado por atenderem o Over Metal Zine.
Rodolfo Ferreira (RF): Nós é que agradecemos o espaço cedido por vocês do Over Metal.
Rodolfo Ferreira (RF): Nós é que agradecemos o espaço cedido por vocês do Over Metal.
F.L - Faça um resumo histórico do Dark Tower para o Público.
Rodolfo Ferreira (RF): A banda começou de fato em 2008, quando
consolidamos a formação que durou até este ano. A banda foi criada por mim,
quando eu me desliguei do Belial War, banda de Black Metal que fez muitos shows
no circuito underground do Rio e cidades vizinhas, e poucas semanas depois o
Flávio também saiu, e como já trabalhávamos juntos por anos e sempre fomos
amigos, foi uma escolha natural. A origem do nome vem da minha vontade de fazer
um som épico e ao mesmo tempo obscuro, e o Flávio sugeriu esse nome que
combinava com a proposta que eu tinha em mente.
Flávio Gonçalves (FG): Logo após a criação do nome, percebemos que poderíamos desenvolver um conceito baseado no mesmo, então, o Dark Tower fala além de outros temas, sobre um conto que ainda estamos escrevendo sobre a Anne, personagem principal e a Torre Negra em si. Planejamos em um futuro próximo lançar um álbum conceitual, apenas sobre esse conto, mas já existem músicas em nosso debut, mais precisamente as faixas “Dawn of Darkened Times”, “Murder of Anne” e “Rise of the Dark Tower” que falam de Anne e da trama, como um epilogo, e por isso que o título fala de um começo, a Ascensão do Caos.
F.L - A banda que executa um Black/Death tem também influências de Heavy Metal tradicional, perceptível ao ouvir o trabalho do Dark Tower. Seria esse o diferencial que a banda busca agregar ao som?
Flávio Gonçalves (FG): Logo após a criação do nome, percebemos que poderíamos desenvolver um conceito baseado no mesmo, então, o Dark Tower fala além de outros temas, sobre um conto que ainda estamos escrevendo sobre a Anne, personagem principal e a Torre Negra em si. Planejamos em um futuro próximo lançar um álbum conceitual, apenas sobre esse conto, mas já existem músicas em nosso debut, mais precisamente as faixas “Dawn of Darkened Times”, “Murder of Anne” e “Rise of the Dark Tower” que falam de Anne e da trama, como um epilogo, e por isso que o título fala de um começo, a Ascensão do Caos.
F.L - A banda que executa um Black/Death tem também influências de Heavy Metal tradicional, perceptível ao ouvir o trabalho do Dark Tower. Seria esse o diferencial que a banda busca agregar ao som?
RF: Acreditamos que seja sim um diferencial e percebemos
que as pessoas notam isso em nossa proposta, algo que nos deixa extremamente
satisfeitos. Porém esta peculiaridade não é intencional. O nosso som é assim
simplesmente porque é assim que sabemos e gostamos de compor. Todos envolvidos
na banda possuem gostos muito variados que vão do Black Metal do inicio dos
anos 90, passando pelo Death Metal e o Heavy Metal tradicional, Power e gêneros
similares. Desta forma, quando unimos riffs mais extremos a passagens mais
melódicas é algo que é criado de forma natural, pois é o que realmente gostamos.
F.L - No Single "Retaliation" as letras eram longas e densas, qual a fonte de inspiração e como são compostas as músicas?
FG: Como falamos, o Dark Tower fala de diversos temas, mas obviamente, temos um caminho e uma gama de temas que gostamos de abordar. Conhecimento, sabedoria, mitologias, obscuridade, caos etc., são tópicos que fazem parte da nossa forma de expressão. No caso das duas músicas que foram registradas nesse single, falamos exatamente sobre tais temas. A Retaliation é um manifesto, uma declaração de ódio e repulsa a qualquer que sejam os opositores não apenas da banda em si, mas como do nosso meio, nosso estilo de vida.
Já a Blood Down the River fala sobre algo que realmente deve ter passado na
mente de muitos homens, ou seja, é o momento em que um homem percebe que tudo
pelo qual ele lutou em sua vida acaba por se revelar como uma grande mentira e
um jogo de manipulação na mão de quem possui o poder, e neste caso, estamos
falando sobre a religião, uns dos maiores males da humanidade, e situando as
letras de forma histórica, fizemos menção às Cruzadas.
Sobre o processo de composição, o Rodolfo traz a grande maioria das idéias, tanto de músicas e riffs, e trabalhamos o resultado final juntos, com os integrantes dando opiniões, sugestões etc. Também tiveram casos que outros integrantes trouxeram as musicas, mas trabalhamos o arranjo em grupo.
Após fecharmos o trabalho musical, pensamos em temas que se encaixam no contexto das músicas, e tanto eu como o Rodolfo temos idéias para as letras e trabalhamos esta parte juntos, unindo à parte lírica as musicas, criando as linhas vocais para cada tema. De forma resumida, essa é a forma como o Dark Tower compõe o seu trabalho.
Sobre o processo de composição, o Rodolfo traz a grande maioria das idéias, tanto de músicas e riffs, e trabalhamos o resultado final juntos, com os integrantes dando opiniões, sugestões etc. Também tiveram casos que outros integrantes trouxeram as musicas, mas trabalhamos o arranjo em grupo.
Após fecharmos o trabalho musical, pensamos em temas que se encaixam no contexto das músicas, e tanto eu como o Rodolfo temos idéias para as letras e trabalhamos esta parte juntos, unindo à parte lírica as musicas, criando as linhas vocais para cada tema. De forma resumida, essa é a forma como o Dark Tower compõe o seu trabalho.
F.L - A banda teve duas baixas num momento
crucial, prestes a lançar o Debut Álbum, como estão lidando com isso, já há
substitutos definidos?
RF: Realmente tivemos essas baixas, a saída dos irmãos Rômulo
e Murilo Pirozzi, guitarrista e baixista respectivamente, e não foi na melhor
hora, pois estamos com o CD prestes a ser lançado. Logo, deveríamos estar
trabalhando firme nos ensaios e preparando a banda para começar a divulgação,
porém tivemos que parar e recomeçar do zero, recrutando novos integrantes, fato
que congelou a banda nos últimos meses. Isso também causou mais um atraso no
lançamento do CD, mas era algo inevitável.
A saída foi realmente amigável, conversada e acordada por ambas as partes. Precisamos nos focar nos projetos futuros tanto a curto como longo prazo.
Ter uma banda, além de criatividade e vontade
de tocar, exige dedicação e investimento financeiro. E os planos pessoais deles
não poderiam comportar os objetivos traçados, portanto nós todos concluímos que
para a banda seguir em frente, mudanças seriam necessárias.
FG: Nós já temos os novos integrantes, já efetivamos dois guitarristas nos últimos meses e o último nome que decidimos, foi para o cargo de baixista. Então todos os postos já estão devidamente ocupados e iremos fazer um pronunciamento oficial sobre a nova formação muito em breve, bem como estamos ensaiando para finalmente voltar aos palcos e começar os shows de divulgação do nosso primeiro CD.
FG: Nós já temos os novos integrantes, já efetivamos dois guitarristas nos últimos meses e o último nome que decidimos, foi para o cargo de baixista. Então todos os postos já estão devidamente ocupados e iremos fazer um pronunciamento oficial sobre a nova formação muito em breve, bem como estamos ensaiando para finalmente voltar aos palcos e começar os shows de divulgação do nosso primeiro CD.
F.L - O álbum cheio "...Of Chaos and
Ascension" já teve previsão para sair no final de 2012, mas acabou não acontecendo. Qual a nova data
prevista para lançamento?
FG: Na verdade, os planos iniciais eram de lançar o nosso
debut em 2010. Porém, tivemos inúmeros problemas que causaram esse atraso
gigantesco, tanto de cunho pessoal, como com questões da própria banda, como
mudança de integrantes, visto que, em determinada época, contamos com um
segundo guitarrista por alguns meses. Regravações, entre muitas outras coisas.
Enfim, uma gama de adversidades impediu que a gente trouxesse esse primeiro
trabalho à tona no ano que realmente queríamos.
Como falamos anteriormente, ter uma banda requer muito esforço e sacrifício, tanto de energia como financeiro, algo que não é segredo para ninguém envolvido nesse meio, mas acreditamos que agora, com esta nova fase se iniciando, a banda vai voltar a produzir de forma contínua.
Como falamos anteriormente, ter uma banda requer muito esforço e sacrifício, tanto de energia como financeiro, algo que não é segredo para ninguém envolvido nesse meio, mas acreditamos que agora, com esta nova fase se iniciando, a banda vai voltar a produzir de forma contínua.
RF: Estamos revitalizados e empolgados com essa nova fase. Pessoalmente, posso dizer que estou inspirado e ansioso para lançar outros trabalhos o mais rápido que pudermos, e já tenho novas músicas prontas, prestes a serem mostradas para os novos integrantes para trabalharmos as suas versões finais juntos, como também tenho vários riffs e idéias gravadas.
Trabalharemos com todo o gás e empenho para
manter a chama do Dark Tower acesa!
F.L - Na cena carioca o Metal Extremo viveu
altos e baixos ao longo dos anos. Como vocês avaliam o atual momento?
RF: Acreditamos que já tivemos dias piores, há alguns
anos atrás. É um fato que o metal extremo é o estilo mais forte e prolífero no
Brasil, algo conhecido não apenas em nosso país como no mundo inteiro, e acho
que mesmo com as adversidades vivenciadas por aqui, temos excelentes
representantes e alguns poucos produtores que se prezam a fazer eventos de
qualidade, tratando as bandas com profissionalismo.
FG: Não é o melhor dos cenários para se trabalhar. Seguir o caminho da música pesada (Metal em geral, ou seja, falo de todas as suas ramificações), é algo que te põe frente a frente com muita dificuldade e falta de apoio, se comparado a outros tipos de música. Mas esse é o caminho que nós e muitos outros escolhemos, e não existe outro no qual consigo me enxergar trabalhando. Essa é a nossa realidade, e nossa luta.
F.L - Um dos debates que volta e meia acontecem no Underground brasileiro é a respeito da valorização de bandas covers e desvalorização das bandas autorais. Eventos com banda cover lotam, bandas autorais público razoáveis. Existe um culpado ou responsável por isso? Seriam parte dos produtores que, talvez, visem só o lucro? Seria desinteresse do público brasileiro por trabalhos nacionais independentes dando mais valor as bandas covers ou então seria por falta de qualidade de algumas bandas que na visão do público não apresentam um trabalho de alto nível que desperte interesse dos headbangers?
FG: Não é o melhor dos cenários para se trabalhar. Seguir o caminho da música pesada (Metal em geral, ou seja, falo de todas as suas ramificações), é algo que te põe frente a frente com muita dificuldade e falta de apoio, se comparado a outros tipos de música. Mas esse é o caminho que nós e muitos outros escolhemos, e não existe outro no qual consigo me enxergar trabalhando. Essa é a nossa realidade, e nossa luta.
F.L - Um dos debates que volta e meia acontecem no Underground brasileiro é a respeito da valorização de bandas covers e desvalorização das bandas autorais. Eventos com banda cover lotam, bandas autorais público razoáveis. Existe um culpado ou responsável por isso? Seriam parte dos produtores que, talvez, visem só o lucro? Seria desinteresse do público brasileiro por trabalhos nacionais independentes dando mais valor as bandas covers ou então seria por falta de qualidade de algumas bandas que na visão do público não apresentam um trabalho de alto nível que desperte interesse dos headbangers?
FG: É um círculo vicioso, onde todos possuem
determinadas parcelas de culpa. Porém, acho que o maior vilão dessa equação é a
preguiça e estagnação do público, que faz com que os produtores dêem mais valor
a pessoas que tocam o sucesso de outras bandas a querer conhecer novos
trabalhos. Isso gera esse ciclo que só lança por terra o esforço de quem se
preocupa em compor, ensaiar e lutar pela sua Música, por algo original.
Agora, condeno veemente quem ousa falar que bandas não apresentam um trabalho de qualidade. É obvio que tudo fica mais fácil quando você vive em uma realidade onde você pode estudar seu instrumento e compor seu trabalho com mais facilidade e não precisa se preocupar em trabalhar, acordar cedo, se sustentar e/ou sustentar uma família, que é o caso de alguns países que valorizam a cultura musical. Com este panorama, países com melhor qualidade de vida tendem a gerar mais bandas com boa estrutura.
RF: Não é o caso do Brasil, infelizmente.
Mesmo assim, com todas as adversidades que passamos por aqui, falar
que o Brasil não possui bandas de extrema qualidade é um insulto.
F.L - O contexto atual da música pesada e
extrema no Brasil mostra um cenário onde é comum em alguns eventos bandas tocarem de graça tendo como
argumento da produção que o pagamento da banda é a oportunidade de estar
apresentando o trabalho para o público. Qual a opinião de vocês sobre esse
nível que chegamos aqui no Brasil da desvalorização dos músicos e bandas?
FG: Isso é ridículo, não só para o meio musical
Underground, como para qualquer área onde essa pratica é usada, e não são
poucas. Não tenho mais nada a declarar a respeito disso.
RF: O médico, o advogado, o motorista de ônibus e o
atendente da lanchonete (para ser bem abrangente) aceitam trabalhar de graça
para divulgar seu trabalho?
Pois é, eles têm os custos para trabalhar e suas contas a pagar. Assim também é o músico.
Pois é, eles têm os custos para trabalhar e suas contas a pagar. Assim também é o músico.
F.L - Na região Sul do Estado do Rio algumas bandas ativas no cenário
underground se uniram pra fazer seus próprios eventos por discordarem da
atitude de alguns produtores. Com isso desenvolveram uma parceria que envolve
bandas e o público. Qual avaliação de iniciativas como essa?
RF: Não só achamos iniciativas extremamente válidas
como apoiamos 100%. Se já é difícil administrar sua banda, aliar isto à
produção de shows é uma tarefa para poucos, e aqueles que assumem a empreitada
merecem respeito e apoio, pois é algo importante para manter um grau de
qualidade, visto que as bandas são as principais interessadas em se apresentar
em um bom evento.
FG: Todos saem ganhando com isso, pois há uma
honestidade maior na proposta. Infelizmente, algumas vezes isto deixa de
acontecer quando existe um produtor fazendo o intermédio. Somos banda, porém
muitas vezes nos colocamos na função de público. Logo, sabemos os nossos
verdadeiros anseios.
Congratulações àqueles que realizam esta façanha. Que continuem
buscando o melhor para suas bandas e, principalmente para o Headbanger
espectador, que é parte primordial neste processo.
F.L - A banda já teve a oportunidade de tocar por vários estados no Brasil e com bandas de renome do cenário nacional e internacional como Marduk, Hate, Otargos, Unearthly, Hicsos entre outros, o que isso proporcionou de experiência e aprendizado para a banda?
FG: Acreditamos que experiência em palco com certeza é um
fator muito importante adquirido nesses anos de atividade, mas algo também
muito importante é o contato com pessoas diferentes, poder viajar, ou até tocar
na sua cidade e depois falar depois com pessoas que foram impactadas pelo seu
trabalho, que vêm falar com você que gostaram da sua música e irão seguir você
e te apoiar é algo indescritível. Acredito que essa seja a verdadeira
recompensa.
RF: Apresentar-se para um público diferente, conquistá-lo e torná-lo seus fãs e até amigos é algo realmente gratificante. Além disso, esses shows com bandas internacionais dão a você a oportunidade de atingir uma gama de púbico realmente díspar do habitual. Não é algo que gostaríamos que acontecesse, mas a verdade é que muitos Headbangers não freqüentam o Underground e se limitam a ir a shows internacionais apenas, algo que particularmente não achamos a melhor atitude a se ter, mas cada um tem sua mente, seu julgamento e vontade própria. Devemos sempre respeitar.
Lembro-me de quando fomos convidados a tocar
com o Marduk, após o nosso show e das outras bandas de abertura, no intervalo
para o começo da atração principal, fomos abordados por algumas pessoas que
vieram elogiar a qualidade do nosso trabalho e que não imaginavam que o
Underground nacional tinha bandas que valessem o devido prestígio. Porém, após
assistirem aos shows das presentes naquele dia, eles reconsideraram a idéia de
ir mais aos shows da cidade, o que é algo excelente. Conseguir modificar a
mentalidade de alguns, mesmo que sejam poucos. Esse novo oxigênio é algo
produtivo para a manutenção do nosso cenário, que já teve uma singela melhoria
nos últimos anos.
Enfim, aprendizado, experiência de palco e interação banda/fãs/amigos, isso é o que o Dark Tower leva como bagagem, durante esses anos na estrada.
Enfim, aprendizado, experiência de palco e interação banda/fãs/amigos, isso é o que o Dark Tower leva como bagagem, durante esses anos na estrada.
F.L - Avaliação da banda quanto à estrutura
dos eventos com bandas independentes no Brasil?
RF: Existe um pequeno avanço, em relação há alguns anos
atrás. Lembro-me de quando comecei, havia poucos produtores no Rio que faziam
eventos de Metal de forma exclusiva, e as bandas tinham que dividir o palco com
bandas cover e outros estilos muito díspares, com estruturas muito
insatisfatórias. Sem contar a ridícula cultura de fazer com que a banda também
trabalhasse com a vendagem de ingressos e fizesse o devido repasse ao
“produtor”, era algo muito presente, neste dito passado. Hoje em dia, mesmo que
com dificuldades, temos produtores que nos tratam com decência, que pagam às
bandas, e que dão uma estrutura para fazer um bom show. A respeito do público,
algo extremamente importante para o circuito, temos visto uma melhora, tímida,
porém real. Não temos de volta os dias dos anos 80, onde existia um público
ávido por shows e material. Vivemos uma realidade diferente, com o advento da
Internet, da música em formato eletrônico e dos live streamings. Mas, ainda
assim, temos pessoas engajadas e interessadas pelo Underground e suas bandas, o
que é algo muito proveitoso.
F.L - Álbuns marcantes na história do Metal
Mundial.
FG: Seria uma lista gigantesca, mas vou simplificar:
FG: Seria uma lista gigantesca, mas vou simplificar:
- Storm of the Light’s Bane - Dissection
- Twilight of the Gods - Bathory
- Sworn to the Dark - Watain
- The Black Opera – Opera IX
- De Mysteriis dom Sathanas - Mayhem
- Enter the Moonlight Gate – Lord Belial
- Ad Noctum – Limbonic Art
- Sheol - Naglfar
- Supremacia Ancestral - Miasthenia
- Fatal Portrait – King Diamond
- Sons of the Northern Darkness - Immortal
- Rape in Rapture - Misteltein
RF: Escolhendo de forma rápida, e sendo bem pessoal:
- In the Shadows - Mercyful Fate
- Painkiller – Judas Priest
- Master of Puppets - Metallica
- Storm of the Light's Bane – Dissection
- Reinkaos – Dissection
- The Darkest Throne – Malefactor
- Chaos AD – Sepultura
- Spiritual Black Dimensions – Dimmu Borgir
- Empiricism – Borknagar
- Rape in Rapture – Misteltein
- The Black Curse – Lord Belial
F.L - Há países que basicamente são divididos
entre duas religiões, no Brasil e nossas dimensões continentais temos uma
diversidade de religiões, como vocês avaliam isso em relação ao impacto que
causam no desenvolvimento cultural, social, político e econômico do país além
da análise crítica em relação ao fanatismo religioso vivido por aqui?
FG: Infelizmente, a CF/88 é infringida diariamente pela
bancada religiosa, onde é fraseado em português bem claro que somos um país
LAICO, ou seja, o principal câncer da humanidade por lei deve permanecer
separado do Estado e da Política. Vivemos na pele o regresso de alguns séculos,
onde a igreja ditara as regras livremente dentro de um país.
Vejo que, em cunho cultural, as religiões cristãs são
uma ferramenta utilizada pelo Estado e também pelas citadas igrejas, visando
cegueira da massa, retrocesso e negação da verdadeira cultura ancestral do
nosso continente. Que é riquíssima, porém esquecida.
Economicamente falando, o emprego do capital público
em empreitadas religiosas é algo que, além de infringir a Constituição, priva o
direito de ir e vir dos cidadãos que não se sentem inseridos ou representados
neste cunho. Portanto, é dinheiro nosso, sendo utilizado em algo que somente
uma minoria usufruirá, em detrimento da população total.
Analisando a questão por todos estes panoramas, só
temos que salientar que a religião cristã (em todas as ramificações) é pútrida.
São instrumentos de real alienação e impedem a capacidade de livre pensamento
da esmagadora parte de seus fiéis, arrancando deles toda a racionalidade
necessária para que enxergassem esta situação como um todo. Ela representa um
verdadeiro atraso na formação de um ser humano realmente pensante. Logo, o Dark
Tower é OPOSIÇÃO à doutrina judaico-cristã, primordialmente. Sem deixar de
mencionar os vermes fanáticos, de seja qual for o credo ou dogma.
Fale brevemente sobre:
> Manifestações e recente possibilidade de
Plebiscito e Reforma Política:
FG: Diante disto que está acontecendo, tenho que dizer
que não é nada que não tenha acontecido em outros mandatos. O momento em que
vivemos é conhecido como a Era da Informação, onde as notícias são dadas em
tempo real, tendo a Internet como o principal veículo de comunicação. Por esta
virtude, a transparência é muito mais exigida do que há 20 anos, por exemplo.
Logo, o povo, acompanhando todas estas mazelas que se arrastam desde os tempos
da colonização, e a despeito da vontade dos nossos “políticos” (achando-se
absolutos pelo simples fato de terem sido nomeados nas urnas), resolveu
reconhecer um pouco do seu brado natural e legítimo nas ruas. Políticos devem
obediência ao povo e têm que fazer a vontade do mesmo, pois nós (o povo),
pagamos os salários astronômicos e todas as regalias às quais eles se utilizam,
visto que somos contribuintes da máquina pública.
Em contramão a tudo que deveriam estar realizando,
usufruem-se das Polícias Militares estaduais como se fossem seus seguranças
particulares, e revertem dinheiro que poderia ser gasto visando o bem estar da
população com artifícios para coagir a massa manifestante.
Políticos são servidores, devem ser cobrados,
investigados e interrogados por deslizes que vêm a cometer em seus mandatos, e
punidos exemplarmente pelos crimes que cometem.
Vejo o plebiscito como uma tentativa oportunista deles
mostrarem que estão realmente se movendo para fazer algo, criando uma cortina
de fumaça. Se estivessem de fato entusiasmados em mudar o panorama daquilo que
estamos passando, seriam os primeiros a propor uma possível Reforma Política,
ou no mínimo, um Referendo. Plebiscito pode ser modificado de acordo com o
interesse deles, mesmo depois de realizado em urna.
> Atual Governo brasileiro:
FG: Vejo o governo de hoje como aquele que se disfarça de
populista para a “massa alienada” Leia-se: beneficiários das bolsas e programas
do governo. Esta grande parcela do povo, infelizmente, utilizados como massa de
manobra, são público-alvo das suas campanhas megalomaníacas de eleição/reeleição,
recheadas de injeção de capital burguês, aos quais ficam “devendo favores”,
depois de eleitos (fruto da falsa democracia em que vivemos). Baseados nesta
troca de favores implantam, no apagar das luzes, as suas reais intenções. A
fagulha de uma política neoliberal, que cedo ou tarde, estourará como uma
grande bomba, lançando aos ares um falso resquício de economia sólida que ainda
temos. CBOs, juros altíssimos, lucros exorbitantes para banqueiros, múltiplas
privatizações. Este é futuro reservado a nós, enquanto nossa base de governo
continuar sendo PT/PCdoB, que há muito largaram seus respectivos rótulos de
legenda, para comungar-se ao PMDB e congêneres.
Calheiros? O mesmo corrupto de 30 anos atrás. Precisa
pagar por todos os seus crimes, falta de decoro e improbidade.
F.L - Planos para o segundo semestre de 2013?
RF: Muito em breve, estaremos lançando o nosso álbum de estréia,
intitulado ...of Chaos and Ascension, que sairá pelo selo Eternal Hatred
Rec.
Estamos trabalhando intensamente na preparação
das nossas apresentações, e logo estaremos de volta aos palcos. Aguardem as
novidades!
F.L - Considerações Finais:
RF: Gostaríamos de agradecer especialmente a você, Filipe
Lima, pelo espaço concedido no Over Metal Zine, e também àqueles que estão nos
acompanhando por aqui.
FG: Obrigado pela entrevista! E aos nossos fãs e amigos,
continuem apoiando o Metal Nacional. Mantenham a chama acesa. 93!
DarkTower é:
Flávio Gonçalves: Vocais
Rodolfo Ferreira: Bateria e vocais
Rodolfo Ferreira: Bateria e vocais
FACEBOOK:
facebook.com/darktowermetal
REVERBNATION:
MYSPACE:
TWITTER:
YOUTUBE:
Obrigado Flavio e Rodolfo pela excelente conversa. Aguardamos o próximo lançamento do Dark Tower e assim que tiverem novidades a respeito da banda contem com o Over Metal.
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