Escrito por: Leandro Calejon
Revisado por: Suellen Rocha
Colaboradores: bandas Antestor e Over
Death.
PARÁGRAFOS ACRESCENTADOS
POSTERIORMENTE: FILIPE LIMA (OVER METAL E-ZINE)
Extraído originalmente de: http://www.myspace.com/overdeathbrasil/blog
O Antestor é sem dúvidas a maior banda
de Metal Extremo cristão da Europa. Há mais de dez anos a América do Sul
esperava poder ver a apresentação de uma banda como essa, e finalmente este
grande dia chegou, e o Brasil é o palco deste grande evento na história do Metal
Extremo.
Após esse longo tempo de espera, uma
mensagem na internet chamou a atenção do público brasileiro: "estamos indo
para o Brasil".
A mensagem vinha da própria banda e
deixou os fãs brasileiros com expectativas e receios, pois a notícia era
maravilhosa, porém por muitas vezes rumores já haviam sido divulgados criando
expectativas que nunca se cumpriram.
Algum tempo depois os eventos
começaram a ser divulgados e a notícia se mostrou real para a alegria dos fãs
brasileiros.
A partir do dia dez de janeiro de dois
mil e treze, Jundiaí, São Paulo, Curitiba, Belém, Vitória, Belo Horizonte e Rio
de Janeiro seriam os locais por onde a banda iria passar.
Por se tratar de uma banda de Metal
Extremo e que tem uma postura cristã, muitas pessoas com um pensamento mais
fechado não aceitaram bem a notícia e começaram a fazer ameaças contra a banda
na internet. Isso não intimidou a banda que continuou com os shows confirmados.
BLOODFORGE E ANTESTOR |
Após mais de dez anos esperando, o dia
do primeiro show chegou, e a ansiedade era grande. Jundiaí se preparava para
receber o Antestor, a casa preparada com seus seguranças e uma bela estrutura.
Devido ameaças, muitas pessoas
cancelaram os ingressos, mas nenhuma dessas ameaças se cumpriu.
O show foi excelente. A abertura feita
pelos anfitriões Bloodforge e o grandioso Antidemon.
Com o Antidemon no palco o público foi
esquentando para receber a atração principal. Certamente, que a maior banda
desta cena no Brasil não poderia estar de fora. Tocando músicas dos álbuns
antigos e do novo intitulado "Apocalypsenow",
lançado pela Rowe Productions, o nosso único representante que já tocou no
Nordic Fest, o maior festival desta linha lá nas terras nórdicas, fez a festa
de recepção esquentar muito.
Quando finalmente o Antestor subiu ao
palco, a galera já estava mais do que ansiosa e o Antestor fez valer a pena
esperar.
Tocando músicas de seus CDs anteriores e do novo intitulado
"OMEN", mostrando uma surpresa após a outra. Desde não se apresentar
mais usando o habitual visual agressivo com corpse paint, até surpresas
como o David, vocalista do também norueguês Arvinger, até um cover de Sepultura
como homenagem e agradecimento a receptividade do público brasileiro.
A noite acabou com a certeza de que os
shows a seguir seriam ainda mais loucos e cheios de surpresas.
O próximo show foi no Hangar 110, também
em São Paulo, mas desta vez na Capital do Estado. A fila se formava lá fora e
crescia cada vez mais. Os portões se abriram e a banda paulistana Over Death
abriu o show esquentando o ambiente com músicas que provocavam muita pancadaria
na roda lá em baixo. A banda tem se destacado na cena tocando com grandes
bandas e fez na mesma noite o lançamento do seu primeiro CD
"Funeral".
E mais uma vez o público foi ao
delírio quando o Antestor subiu para a apresentação no ponto forte do Estado de
São Paulo. A cada música tocada a roda pegava fogo e o público cantava todas as
músicas. Era incrível ver o público fazendo coros em músicas como "Rites
of Death" e "Kongsblood". A reação no rosto dos músicos era
incrível, e mais tarde os membros do Antestor
explicaram que isso não é visto com frequência na Europa, e que eles
mesmo nunca tinham vivido isso.
A banda se mostrou muito interativa
com o público, sempre conversando com a galera e explicando um pouco sobre cada
música do novo álbum, sempre falando sobre trechos de músicas como "ame
seus inimigos".
Quando o Robert, guitarrista da banda,
começou a falar sobre as influências que o Brasil trazia sobre eles, desde o
futebol até lutadores consagrados de MMA, e quando disse que fariam um tributo
ao Brasil tocando a música “Territory" do Sepultura, a casa foi à loucura.
Após o cover, David foi chamado ao palco, e enquanto a banda se preparava, os
organizadores e também membros da banda Over Death, Dã e Suellen, foram
chamados para dar uma palavra ao público sobre o que representava realizarem um
evento como tal em São Paulo, e o que a galera underground poderia fazer para
que mais eventos como este pudessem acontecer.
Enquanto Dã falava sobre o evento,
o mais inesperado aconteceu. Após muitos elogios e dizer quão bom era ter
alguém como Suellen ao lado apoiando as decisões, ele pediu no palco a mão de
Suellen em casamento, e ela, surpresa, aceitou enquanto a banda tocava a
tradicional marcha nupcial.
A banda que já sabia e compactuava da surpresa
declarou em seu site oficial que: “com certeza esta foi a situação mais
inesperada com a banda”.
Após o pedido aceito e a banda pronta,
Antestor e David ofereceram a música Kongsblood para os agora noivos, e a noite
foi fechada com chave de ouro ao som incrível do coro dos fãs cantando a
introdução da música.
HAWTHORN |
Em seguida viriam os shows de
Curitiba, Belém, Vitória, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
O show de Curitiba era um dos mais
esperados, já que o Sul do nosso país é conhecido por ter muitos fãs de metal.
Em Curitiba o show teve a abertura
feita pela banda Hawthorn, banda conhecida na cena, e assim como em São Paulo, a casa lotou e Curitiba
teve uma noite histórica.
HOWTHORN E ANTESTOR |
Vinha Belém na rota, mas assim que a
banda foi fazer o embarque no aeroporto, foram informados de que o embarque não
poderia ser feito devido a problemas com as passagens. Tentamos resolver tudo
com os organizadores de Belém, mas após mais de seis horas esperando no
aeroporto a banda entendeu e decidiu que não seria possível realizar o show de
Belém.
Imediatamente a banda soltou uma nota
oficial na internet comunicando o ocorrido. Os organizadores de Belém decidiram
realizar o evento gratuitamente, apenas com as bandas de abertura Zurisadai e
Propiciatorium.
A banda foi para Vitória e lá
enfrentou mais um desafio, o local onde o show seria realizado originalmente
foi mudado, pois choveu muito em Vitória e a casa de shows inicial foi alagada.
Como tudo aconteceu de repente, não houve tempo para divulgar o novo local e
muitos se depararam com portas fechadas e não puderam ir ao show por não haver
mais condução. Mas ainda assim o show foi grandioso com as bandas Khalisys,
Prayer e Fire.
E assim o Antestor deixou Vitória e
rumo a Belo Horizonte.
Faltavam dois shows para encerrar a
tour, BH e Rio. O show de Vitória tinha sido um refrigério para a banda que
teve que cancelar um evento, porém Minas Gerais se mostrou um grande obstáculo
a ser superado pela banda. O show teve a abertura do grande Devotam e do Krig.
E enquanto o Antestor
tocava, um grande grupo com cerca de trinta "extremistas" foram
"protestar" na porta do evento. Segundo eles, a banda não era bem
vinda a Minas por cantar músicas que expressavam a crença dos membros em Deus.
E curiosamente gritavam: "vocês são covardes, não podem tocar em nosso
país".
Porém, o Brasil é um país que permite
por lei a liberdade de expressão e a liberdade religiosa o que caracteriza este
"protesto" como crime de intolerância religiosa e descriminação. O
grupo ainda furou os pneus da van da banda, cuspiram nos membros e agrediram
fisicamente alguns membros da banda. Isso não é protesto e sim vandalismo. A
polícia de Minas escoltou a banda até alguns taxis e lançou bombas de efeito
moral para dispersar o grupo de vândalos. A polícia já foi acionada e a justiça
fará a sua parte para lidar com grupos radicais como este.
Mesmo após tantos desafios, os membros
terminaram a missão em Minas Gerais felizes e carregados com uma nova dose de
ânimo para poder fazer seu último show da turnê brasileira.
Chegamos à cidade maravilhosa e ao
último show do Antestor em nosso país. A banda disse estar preparada para o
calor tropical brasileiro, mas não para tanta chuva. Mas, a tarde chuvosa e
quente não impediu a galera de comparecer em peso ao show. As bandas de
abertura Uncaved e Handsaw fizeram
sua parte com excelência e aqueceram a casa para a despedida da banda.
Quando o Antestor subiu ao palco, o show bateu as expectativas e ainda se sobressaiu ao
esperado. Do mezanino era possível ter a visão perfeita da casa cheia e da roda
gigantesca com umas 50 pessoas se moendo a cada música brutal do Antestor. Em
certo ponto a coisa ficou descontrolada, o povo começou a subir e se jogar do
palco, primeiro de um em um, mas depois eram três ou quatro de uma vez, pessoas
subiam e se jogavam simultaneamente, e em certo momento um cara se jogou do
mezanino. Assim como nos outros shows, a cada música a banda conversava com o
público e mostrava a felicidade em tocar para os fãs brasileiros, mas desta vez
era ainda mais nítida a surpresa nos olhos dos integrantes, Erik, baixista da
banda falou novamente a frase "ame seus inimigos", e ainda
acrescentou "mesmo que eles tentem estragar o seu show". Uma menção
clara ao ocorrido em BH. Em outro momento ele disse "esta música fala
sobre quebrar as correntes que te prendem, que te puxam para baixo. Quebrem as
correntes do perdão, Cristo quebra as correntes sem olhar os motivos que nos
leva a errar, ele simplesmente nos perdoa”.
A galera foi a loucura com as
palavras e mostrou que mesmo que haja extremistas contra a posição e crença da
banda, a maioria e a banda nunca vão desistir daquilo em que acreditam.
VALE LEMBRAR QUE A BANDA REPETIU O TRIBUTO AO METAL
BRASILEIRO FEITO EM TODA AS DEMAIS APRESENTAÇÕES - O COVER DE TERRITORY
(SEPULTURA) E VALE DESTACAR PERFEITO!
NESSE MOMENTO NADA MAIS PODIA SER CONTROLADO.
E isso incendiou ainda mais o coração
do público, a cada mosh e a cada nova formação de roda lá em baixo a
banda se empolgava mais, e isso se confirmou quando Erik se jogou de costas e o
público o carregou enquanto a música rolava, devolveram ele ao palco e assim o
show foi encerrado.
E a turnê do Antestor em terras brasileiras infelizmente
chegava ao fim.
Foram shows históricos e sem dúvida
posso afirmar que as duas partes pensam o mesmo.
Após conversar com a banda podemos
dizer que se despedem muito tristes por terem que esperar uma próxima
oportunidade de voltar, e muito felizes por verem o quanto os brasileiros são
loucos e o empenho de cada pessoa em ajudar a realizar esta incrível e
inesquecível experiência para o Antestor.
Juntamente com Claudio Tibérius
pudemos realizar esta turnê brasileira com o Antestor, fomos o "quartel de
comando" desta missão, pudemos acompanhar a banda em três shows, idas e
vindas do aeroporto, almoços, jantares, dormidas em hotéis e em colchonetes no
chão emprestados por amigos.
Pudemos testemunhar uma banda vinda de
fora que se preocupou com o que os fãs iriam pensar deles, uma banda que ora
antes dos ensaios e se preocupa em fazer o melhor show possível para os fãs.
Pudemos presenciar a preocupação da banda com cada organizador envolvido, se
iriam conseguir pagar as contas do evento ou se iriam se endividar. Que já
tinha desafios a enfrentar mesmo antes de pegar o primeiro vôo, pois antes de
saírem de casa já tinham visto mais de dezesseis páginas de ameaças, tinham que
contar as moedas para pagar as passagens aéreas que a banda pagou do próprio
bolso e ainda receberam de última hora uma notícia de seu tecladista Nickolas,
de que ele não estava bem de saúde e teria que ficar na Noruega para se tratar.
Ainda assim não se intimidaram e aceitaram a tarefa. Nos mostraram ser uma
banda com responsabilidade e postura.
Muitas pessoas comentaram sobre fatos
como a banda não usar mais corpse paint, por não usarem visual extremo, por
tocarem cover de Sepultura, pessoas que se preocupam tanto com estes fatos que
não conseguem ver o bom testemunho e postura da banda.
Vi o próprio Antestor pagar a passagem
da banda de ida e volta para a Noruega, fazer os shows sem pedir cachê,
dormindo no chão, orando e pedindo orações pelo membro da banda que não pôde
vir, orando nos ensaios e orando para agradecer cada coisa que nós como
organizadores fazíamos por eles, mostrando que são missionários. Vi o Antestor
descer do palco após o show e tirar fotos com cada um que pediu.
Cada banda que tocou nos eventos dessa
turnê pagou o preço, e não foi em cifrões, cada organizador foi recompensado
pelo trabalho que realizou e também não em dinheiro, mas sim recompensados com
o privilégio de trabalhar com este ícone do Metal Extremo que se mostrou
um exemplo a ser seguido por aqueles que se dizem cristãos.
Posso falar por São Paulo ao dizer que
não obtivemos lucro e quase ficamos endividados, porém Deus nos mostrou o que é
ser próspero, ser próspero é poder fazer tudo sem faltar nada, e assim tudo foi
realizado, exatamente na medida em que era preciso para pagar o salão alugado e
as demais despesas.
Deus fez vários milagres nesta turnê, e quem quiser saber mais, entre em nosso blog no Myspace: www.myspace.com/overdeathbrasil
realmente, o Antestor é um ministerio!!!! não simplismente uma banda, mas um ministerio de missionários, musicos missionários. eu estive em belem e fiquei triste por não os ve-los lá naquela cidade, mas... graças a Deus, Ele os conduziu as outras cidades em paz e segurança, e posso dizer que houve um mover em muitas bandas, lideres e ministerios, muitos foram avivados com a vinda do Antestor para nossas terras, bandas correram contra o tempo para poder gravar, ministerios abriram suas portas para que eles podessem se apresentar em suas cidades entre outras coisas... e a humildade, simplicidade, compromisso e desposição desses caras ficara sempre em nossos corações!!! Deus abençoe!!!!1
ResponderExcluirOBRIGADO TIBERIO CASTRO PELO SEU RELATO. OBRIGADO POR ACESSAR O BLOG.
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