A alguns meses atrás conversando com o amigo Joab (Uncaved) pela net sobre bandas, o mesmo me apresentou a banda Gutted Souls, pesquisei na net mais materiais e notícias sobre a mesma e pude conhecer melhor sobre esta banda que executa um Death Metal técnico e brutal.
A banda tem um sua essência e postura muita técnica, conhecimento e maturidade, algo que todos notarão através desta entrevista, onde Iron e Wellington responderam, de forma objetiva, nossos questionamentos sobre a banda, o metal brasileiro, a cena underground e outras questões que nos cercam diariamente.
Confira mais uma entrevista do Over Metal Zine.
Boa Leitura!
OVER METAL (OM) - CONTE UM POUCO
DA HISTÓRIA E DO SURGIMENTO DO GUTTED SOULS E ATUAL FORMAÇÃO?
IRON: A Gutted Souls surgiu a partir
da banda Necropedophile, que fazia Death Metal mais tradicional, na veia de
Cannibal Corpse, Sinister e coisas assim, bem anos 90.
Com o passar do tempo, fomos nos
tornando músicos melhores e a vontade de escrever sobre gore e splatter acabou
e foi substituída pela vontade de escrever sobre coisas que importassem.
O mais natural era que a banda
mudasse de nome. Desde então, houve inúmeras mudanças de formação, até
chegarmos a uma formação estável que é a que temos desde 2010:
Iron – Vocal
Leandro Xsa – Guitarras
Wellington Ferrari – Baixo
Alexandre AOCB – Bateria
OM - A GUTTED SOULS INICIOU SUAS
ATIVIDADES EM 2004, QUAL ERA A PROPOSTA INICIAL E QUAL A PROPOSTA ATUAL?
IRON: A proposta inicial era fazer
música extremamente complicada, com temas líricos complexos sobre ocultismo,
xamanismo e psicologia humana. Hoje em dia isso foi substituído pelo desejo de
fazer música memorável, sabe? Algo que você via muito nas bandas de metal
antigas, mas não vê com tanta freqüência hoje em dia. Uma linha vocal que dá
vontade de cantar junto, um riff que não sai da sua cabeça... essas coisas.
A inspiração da parte lírica continua a mesma, talvez mais madura pelo passar dos anos.
Fortemente inspirada pelo desejo de informar sobre as realidades de manipulação midiática e a corrupção da ciência e religião que servem aos desejos de poder da patocracia mundial.
A inspiração da parte lírica continua a mesma, talvez mais madura pelo passar dos anos.
Fortemente inspirada pelo desejo de informar sobre as realidades de manipulação midiática e a corrupção da ciência e religião que servem aos desejos de poder da patocracia mundial.
OM - QUAIS AS INFLUÊNCIAS DA
BANDA?
IRON: As influências que eu penso na
hora de compor a personalidade da minha voz e linhas, são Frank Muellen do
Suffocation, George Fischer, Glen Benton... esses caras clássicos, vocalistas
de Death dos anos 90. As exceções são o Mike Di Salvo que cantou no Whisper
Supremacy do Cryptopsy e o Matti Way, que era do Disgorge (USA).
WELLINGTON: As influências são bem variadas... Cannibal, Suffocation,
Nile, bem misturando Death Metal tradicional com paradas mais modernas... é
difícil responder por que a gente gosta de muita coisa...
IRON: Quem escreve a maior parte das músicas
é o Wellington. O Leandro escreve algumas, mas o compositor principal é ele.
WELLINGTON:Eu tento fazer umas paradas diferentes, que soem
técnicas mas sem muito exagero, bem misturando Cannibal Corpse com Suffocation,
bem Death Metal.
A gente não gosta de fazer
parada tosca não.
OM - CONTE UM POUCO MAIS DE
DETALHES DA GRAVAÇÃO DO EP UNCONSCIOUS AUTOMATON
(2012).
WELLINGTON:Gravamos tudo no meu home Studio, com exceção da
bateria que foi gravada em um estúdio mesmo. As faixas foram mixadas e masterizadas
por mim mesmo, tudo em casa!
Nós escolhemos algumas das
musicas que queríamos destacar, e umas mais antigas.
A Dancing to The Sound é a mais antiga, é de 2008 se lembro direito, e foi composta pelo antigo baterista, Mauro Morg. Ela é mais diretona. A Undying Stars (2010) é mais perto dos estilo que estamos fazendo hoje, tirando que ela não tem solo o resto das paradas está tudo lá... os arranjos de bateria, os riffs, tudo do jeito que andamos fazendo. A Psychopathic Ruler é 2011, é bem retona, bem brutal. A Words of Hate, agente queria fazer uma parada mais tradicionalzona, ela é fruto de uns riffs reaproveitados de outras musicas antigas...
A Dancing to The Sound é a mais antiga, é de 2008 se lembro direito, e foi composta pelo antigo baterista, Mauro Morg. Ela é mais diretona. A Undying Stars (2010) é mais perto dos estilo que estamos fazendo hoje, tirando que ela não tem solo o resto das paradas está tudo lá... os arranjos de bateria, os riffs, tudo do jeito que andamos fazendo. A Psychopathic Ruler é 2011, é bem retona, bem brutal. A Words of Hate, agente queria fazer uma parada mais tradicionalzona, ela é fruto de uns riffs reaproveitados de outras musicas antigas...
Escolhemos as musicas por serem
expressivas, mas sem dar totalmente o ouro... ainda temos muita coisa guardada,
já temos o primeiro full length todo composto e vamos começar a gravar em
breve...
OM - CITE CINCO ALBUNS (DE
TANTOS) QUE SÃO HISTÓRICOS PRA VOCÊS?
IRON: Pierced From Within do Suffocation,
por mostrar que o Death Metal pode ser incrivelmente intrincado e progressivo
sem deixar de ser bruto, ou precisar soar mais “clean” pra isso.
Altars of Madness do Morbid
Angel, por ajudar a definir os básicos do estilo.
Human do Death, por
mostrar que o Death Metal também pode ser intrincado e progressivo sem
necessariamente ser ultra veloz e ultra pesado e mostrar que o estilo não tem
limites, nem uma fórmula pronta.
Focus, do Cynic, por
mostrar que Death Metal não é apenas tripas, sangue, morte e ódio. Death Metal
é um sentimento, é uma maneira muito distinta de passar uma mensagem.
WELLINGTON: Po, Souls to Deny do
Suffocation, os álbuns do Napalm Death, Deicide, Obituary, Cannibal Corpse,
difícil dizer só cinco, rs.
OM - FALE SOBRE A CENA UNDERGROUND
DO RIO DE JANEIRO E DEMAIS CIDADES VIZINHAS - COMO VOCÊS AVALIAM ESSE
MOMENTO? O QUE PODE MELHORAR?
IRON: Tem muito tempo que não vou a
São Paulo, mas pelo que vi e ouvi de lá, a cena lá é muito boa, bandas
maravilhosas, shows...as coisas acontecem por lá. A cena do Rio é complexa, é
meio difícil falar dela sem ser polêmico.
No momento estamos em um período
de alta em relação a shows, variedade de bandas e qualidade de bandas. Estão
surgindo nos últimos anos muitas bandas que estão conquistando renome pelo
mundo afora, mas o público do Rio deixa a desejar em termos de apoio e
comparecimento aos eventos. Há também certo amadorismo por parte de alguns
produtores de eventos por aqui.
OM - A GUTTED SOULS JÁ TOCOU EM
UM SHOW NO QUAL TAMBÉM PARTICIPOU UMA BANDA FORMADA POR CRISTÃOS. NO RIO DE JANEIRO PARECE QUE A CENA
UNDERGROUND É MAIS MALEÁVEL QUANTO A ISSO, DIFERENTE DE OUTROS ESTADOS E REGIÕES
PELO BRASIL ONDE ISSO É ALGO PRATICAMENTE IMPOSSÍVEL E EXISTE UMA SEPARAÇÃO E
CERTA REPULSA DAS DEMAIS BANDAS QUANTO A BANDAS DE HEAVY, THRASH, DEATH, ETC
QUE SEJAM FORMADOS POR CRISTÃOS OU TENHA LETRAS DE CONTEÚDO CRISTÃ. QUAL A OPNIÃO DE VOCÊS QUANTO A ISSO?
IRON: O Rio é apenas ligeiramente menos segregativo que os
outros estados, aqui também ocorre o boicote a bandas que toquem junto com
cristãos ou seja white. Então, a minha opinião, e a opinião lírica da banda é o
que o problema não jaz com as religiões em si, mas com a existência de
psicopatas que rapidamente as cooptam para seus fins. Para mim o real problema
são psicopatas e as patocracias que criam onde quer que vá a sua sede por poder
e domínio. Todas as religiões são igualmente corrompidas e dementes nesse ponto
do ciclo. A religião judaico-cristã apenas é a maior das pestes. A energia gasta
tentando matar os integrantes da Antestor, que são inofensivos, poderia ser
mais bem gasta tentando expulsar Renan Calheiros do país, ou removendo Marco
Feliciano permanentemente da Câmara. Enquanto grupo, os headbangers se
preocupam demais com questões inúteis e deixam passar questões que afetam a
todos.
Entretanto, gosto de ressaltar que não tocaríamos em um
evento White. Da mesma maneira que não tocaríamos em um evento puramente
satanista, seria incoerente com nossa proposta.
OM - NESTES ANOS NO UNDERGROUND
QUAIS SÃO AS LIÇÕES APRENDIDAS?
IRON: Não confiar em promessas vazias, ter paciência, e que o
caminho de uma banda é árduo e sobrevive quem persevera na luta.
OM - QUAIS SÃO OS DESAFIOS PARA
SE MANTER ATIVO NA CENA UNDERGROUND ATUAL?
IRON: Poucas são as bandas que tem senso de camaradagem. De
ajudar outras bandas tentando encaixar shows, ajudando na divulgação, essas
coisas. Tirando algumas exceções, é bem cada um por si.
Outro problema é a prensagem independente de CDs com
qualidade. É caro, mas pouca gente quer pagar 20 reais por um cd. Os mesmos
problemas de sempre...
OM - HÁ VARIAS QUESTÕES DA
ATUALIDADE QUE DIVIDEM A OPINIÃO PÚBLICA E SEMPRE PERGUNTO AOS INTEGRANTES DE
BANDA SOBRE A OPNIÃO E VISÃO RELACIONADOS A TAIS TEMAS.
FALE SOBRE A SUA OPINIÃO SOBRE:
-
COPA DO MUNDO E OLIMPÍADAS NO BRASIL
IRON: Copa do Mundo e as Olimpíadas
nada mais são do que a última versão de “pão e circo”. Mantenha as ovelhas distraídas com diversão
custeada por elas mesmas, roube-as descaradamente e elas nem perceberão
-
CRACOLÂNDIA (GRANDES CENTROS - AV. BRASIL E CENTRO SÃO PAULO)
IRON: As cracolândias representam
simbolicamente a decadência desta última civilização, seus últimos suspiros.
Parte de sua população já são literalmente mortos que andam. E em alguns casos
tentam literalmente devorar sua carne. Não há nada de engraçado nisso, é um
sinal da mudança violenta e convulsiva pela qual a humanidade está passando.
- HOMOSSEXUALISMO E
EMBATE DA BANCADA EVANGÉLICA COM A BANCADA QUE REPRESENTA ATIVISTAS GAYS EM BRASÍLIA
IRON: Os embates no senado, nada mais
são do que distrações de temas mais importantes. Tais rinhas servem para não
prestarmos atenção em assuntos como corrupção desenfreada, além de servirem
como plataforma para a disseminação em larga escala de ideais patocráticos e
idéias perversas de segregação. Esse tipo de luta da bancada evangélica é
também uma chamada para a guerra que eles travam. Indivíduos com as mesmas
patologias mentais estão respondendo ao chamado. Isto também é um sinal.
- DISPUTA GOVERNOS
ESTADUAIS E GOVERNO FEDERAL SOBRE OS ROYALTES DO PETRÓLEO
IRON: Royalties são uma questão
interessante que serve para demonstrar a mentalidade dos psicopatas nos cargos
de poder. Em todo o momento, o único interesse são os próprios bolsos, e não o
povo, fato que ficou evidente com o terrorismo que ocorreu no rio de janeiro,
onde o governador suspendeu os pagamentos estaduais visto que não teria o
direito aos royalties. Como se a economia do estado fosse pautada em uma
possibilidade de receber royalties. Puro terrorismo contra outros psicopatas,
para usar o povo como massa de manobra no combate. No fim, é a luta entre as
elites psicóticas, os diferentes lados da patocracia que atualmente infecta
todo o nosso planeta.
- A GALERA QUE QUISER ADQUIRIR
MATERIAL OU CONHECER O TRABALHIO DA GUTTED SOULS – QUAIS SÃO OS CANAIS E MEIOS?
IRON: Para acompanhar nosso trabalho, é só nos seguir em www.facebook.com/guttedsouls, e nossos materiais estão tanto em www.reverbnation.com/guttedsouls, quanto em http://guttedsouls.bandcamp.com
Estamos bem espalhados na Web, mas estes são os principais canais pra entrar em contato, falar conosco, ouvir nossos sons e adquirir camisas. Lançaremos um web site em breve.
IRON: Para acompanhar nosso trabalho, é só nos seguir em www.facebook.com/guttedsouls, e nossos materiais estão tanto em www.reverbnation.com/guttedsouls, quanto em http://guttedsouls.bandcamp.com
Estamos bem espalhados na Web, mas estes são os principais canais pra entrar em contato, falar conosco, ouvir nossos sons e adquirir camisas. Lançaremos um web site em breve.
OM - PRÓXIMAS AGENDAS PARA 2013?
IRON: Para
2013 temos planejado um show muito legal com Uneathly, Lacerated and Carbonized
e Frozen Aeon em 11/05, e um show com Vomepotro, Ayin e Forceps em 06/07, ambos
os shows no estado do Rio de Janeiro. E em algum momento uma participação
evento de pequeno porte já tradicional aqui do Rio de Janeiro, o Rotten to the
Gore.
OM - PLANOS E PROJETOS DA BANDA
PARA O FUTURO?
IRON: Estamos
planejando uma minitour em São Paulo ainda esse ano, para o segundo semestre,
assim como o lançamento do nosso primeiro Full-length, com título ainda a ser
definido. No mais estamos em busca de shows para divulgar o EP recém-lançado!
OM - DEIXE UM RECADO PARA O
PÚBLICO DO OVER METAL.
IRON: Curtir
metal é uma dádiva, é fazer parte de um grupo que é mundial, uma irmandade. Mas
existe muito além de curtir metal. Não seja mais um alienado. Procure conhecer
o mundo a sua volta e não ser mais um saco de carne que apenas consome e
desperdiça oxigênio. Comprem material das bandas, apóiem para que as boas
bandas continuem por muitos anos, pois fazer metal sem apoio no Brasil é perto
do impossível. E por fim, quem curtiu o trabalho da banda, muito obrigado a
todos vocês que nos dão apoio e reconhecimento!
Obrigado Iron e Wellington pela atenção e informações concedidas a respeito da banda.
Nos mantenha atualizado sobre as novidades da banda para divulgação no Over Metal Zine.
Até a próxima.
Filipe Lima
OVER METAL ZINE NO FACEBOOK
Obrigado Iron e Wellington pela atenção e informações concedidas a respeito da banda.
Nos mantenha atualizado sobre as novidades da banda para divulgação no Over Metal Zine.
Até a próxima.
Filipe Lima
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