ELAS JÁ SÃO CONHECIDAS NA CENA CARIOCA E TEM SEU ESPAÇO, MAS ISSO NÃO BASTA, QUEREM MAIS, PORQUE SABEM QUE PODEM OFERECER MUITO MAIS DO QUE SER APENAS UMA BANDA DE THRASH METAL FORMADA POR MULHERES.
ISSO FICA EXPLÍCITO AO CONVERSAR COM AS INTEGRANTES DA BANDA E SABER AS REAIS INTENÇÕES E MOTIVAÇÕES, ALÉM DA LUTA E DEDICAÇÃO PELO METAL.
NESTA ENTREVISTA CINTIA VENTANIA FALA DA NOVA FORMAÇÃO, ATUAL MOMENTO DA BANDA E COMO PENSAM ESSAS GUERREIRAS DO METAL.
CONFIRA! BOA LEITURA!
OVER METAL (OM) - FALE UM POUCO DA HISTÓRIA E DO
SURGIMENTO DO SCATHA - APRESENTE ESSA HISTÓRIA PARA AQUELES QUE AINDA NÃO
CONHECEM O TRABALHO DA BANDA?
Cintia Ventania: Scatha nasceu em 2005 de
um projeto entre Julia Pombo (Guitarra) e Cíntia Ventania (Baixo) de montar uma
banda de metal feminina. Neste mesmo ano, entraram na banda Cynthia Tsai Yuen
(bateria), Paula Leão (Guitarra) e Rebecca Schwab (Vocal). No início não
tínhamos um estilo muito definido, tocávamos coisas bem distintas, mas com o
entrosamento e gostos em comum, assumimos que Scatha seria
"Metranca", e fomos moldando o estilo da banda de acordo com nossas
composições próprias. Nossas primeiras composições fora "Breaking
Proves", "Own War" e "No Mercy", e a banda tomou um
caminho no Thrash Metal, que era a maior influência de todos os membros da
banda. Em 2007 nossa até então vocalista, Rebecca Schwab saiu da banda e
chamamos a Angélica Burns – vocalista com uma linha mais agressiva, o que nos
proporcionou uma agressividade maior no som devido ao gutural. Neste mesmo ano
finalizamos nossa demo “Keep Thrashing!”. Em 2008 a guitarrista Paula Leão
também deixou a banda e seguimos desde então somente com Julia Pombo na
Guitarra. Agora em 2013 finalmente conseguimos uma nova guitarrista, Renata
Decnop para se juntar ao clã e assim gravarmos nosso debut.
OM - COMO SURGIU O NOME SCATHA E O QUAL O
SIGNIFICADO/MOTIVO DA ESCOLHA DESSE NOME?
Cintia Ventania: Procurávamos por um nome
que fosse de fácil pronúncia em diversas línguas, que tivesse um significado
relacionado ao "conceito" da banda e fosse curto. Depois de muita
pesquisa, escolhemos Scatha por ser um nome feminino de uma deusa celta que
infringe o medo dos guerreiros em batalha. - Da mitologia celta. Em outras
interpretações, ela era uma Guerreira da Escócia que treinou artes marciais ao
Lendário Cú Chulainn nas artes de
combate.
E achamos que representava bem a idéia de mulheres que
vão à luta em meios que normalmente não se vê mulheres, como no metal.
OM - A BANDA É COMPOSTA SOMENTE POR MULHERES – ISSO É UMA
PROPOSTA DEFINITIVA E CRUCIAL PARA A EXISTÊNCIA DA BANDA?
Cintia Ventania: A proposta da banda é ser
feminina por diversos motivos, mas não que seja algo crucial para a existência
da banda. No início mesmo, tínhamos um baterista homem, mas como conseguimos a
Cynthia Tsai Yuen - que, diga-se de passagem, foi uma aquisição essencial para
a existência da banda - acabou que preferimos manter a banda feminina.
OM - O QUE FOI INFLUÊNCIA NO COMEÇO E HOJE É
INSPIRAÇÃO AO TRABALHO DA SCATHA?
Cintia Ventania: Bandas independentes
Nacionais. Desde quando comecei a freqüentar o "underground", tenho
minhas bandas independentes favoritas. A banda VULGAR do Rio de Janeiro foi uma
influência e até hoje é inspiração, assim como as bandas que nos ajudaram no
nosso início, como Imago Mortis. Outra banda que tenho muita afeição é a
Claustrofobia de São Paulo, Korzus, assim como diversas outras da cena
nacional.
OM - AO ESCREVER E TRABALHAR NOVAS MÚSICAS COMO SE
DESENROLA ISSO NA BANDA?
Cintia Ventania: Bem, a Scatha já passou
por algumas mudanças na formação, mas o "núcleo" de criação até agora
sempre foi eu (Cíntia Ventania) e Julia Pombo (Guitarra). Eu escrevo todas as
letras e crio algumas linhas de voz e rascunhos de Riffs. A Julia fica com o
trabalho pesado de lapidar riffs e criar baterias. Quando levamos ao estúdio,
passamos um rascunho, e cada uma da banda trabalha em cima e adapta da melhor
forma. Até o momento, é assim que trabalhamos as composições.
Cintia Ventania: A Scatha trabalha muito
com a administração da Raiva! (RS)
Eu escrevo sobre diversos temas, mas em geral são
referentes ao nosso dia-a-dia, dificuldades que passamos na vida, sociedade,
caos, estresses, decepções etc.
Nossas músicas são retratos da realidade em geral. E
não somente retrato de uma realidade só, são diversos pontos de vistas.
OM - HÁ UM NOVO TRABALHO DE ESTUDIO SENDO PREPARADO?
Cintia Ventania: Sim! Finalmente estamos
reunindo todos nossos trabalhos e energias para gravar um álbum. Infelizmente
com mudanças na formação da banda e outros contratempos, não conseguimos gravar
esse material antes.
OM - O QUE É MAIS DIFÍCIL PRA MANTER-SE ATIVO NA CENA
UNDERGROUND?
Cintia Ventania: Ter verba para manter
todo mundo motivado a fazer um bom trabalho. Todos sabem que a realidade
brasileira não considera a música uma profissão, e quase todos os músicos tem
que sobreviver lecionando ou tocando na noite, o que faz com que o trabalho da
banda fique em segundo plano. Manter-se na cena não é apenas ter suas próprias
músicas e marcar shows, tudo envolve muita comunicação com diversos tipos de
produtores, veículos para divulgação do trabalho da banda, dentre vários outros
percalços.
OM - O QUE É OSSO E ABORRECE A BANDA AO CHEGAR NUM
EVENTO PRA TOCAR?
Cintia Ventania: Normalmente a falta de
estrutura e consideração com a banda. Muitos produtores acham que fazem favor
colocando sua banda para tocar. Mas por sorte, as bandas mais ativas no
underground estão batendo o pé e exigindo um mínimo de respeito pelo trabalho,
conseguindo ao menos ajuda nos gastos básicos - o que é até meio absurdo, por
que nunca ficamos no zero a zero. Mas acredito que se a postura das bandas
mudarem poderá ter uma melhor valorização do público quanto ao trabalho das
bandas.
OM - EM OUTRA ENTREVISTA QUE LI DA BANDA VOCÊS
DISSERAM QUE NÃO ESTAVAM REALIZANDO TANTOS SHOWS, POIS JÁ TINHAM TOCADO EM
VÁRIOS LOCAIS DO RIO E JA HAVIA ESGOTADOS AS POSSIBILIDADES E OS NOVOS LOCAIS
OS ORGANIZADORES NÃO ESTAVAM DISPOSTOS A DAR AJUDA DE CUSTO ENTRE OUTROS
RECURSOS BÁSICOS PARA A MANUTENÇÃO DE UMA BANDA, COMO ESTÁ ISSO HOJE MUDOU
ALGUMA COISA?
Cintia Ventania: Respondi brevemente na
pergunta anterior, né? Mas é isso, enquanto as bandas autorais não valorizarem
seu trabalho, nenhum produtor irá. O que mais irrita nesse meio é que as bandas
covers sem nenhuma estrada conseguem muito mais dos produtores, pois
"chamam público".
Acredito que isso é uma mudança que vem aos poucos,
com a união das bandas autorais por uma valorização do trabalho original.
OM - VOCÊS ACHAM QUE A CENA UNDERGROUND CARIOCA ESTÁ
SATURADA (MUITAS BANDAS POUCO ESPAÇO/SHOWS)? QUAL A OPNIÃO DE VOCÊS AO ATUAL
MOMENTO DA CENA?
Cintia Ventania: Não... De forma alguma.
Temos muitas bandas, novas e antigas com ótimos trabalhos. O que acontece é que
algumas dessas bandas estão batendo o pé para tocar em eventos de qualidade,
tentando ir mais longe e sair um pouco da "zona de conforto", mesmo
que seja ir tocar em um município por show, tentando abranger o máximo de zonas
diferentes que possuam público. Tocar sempre nos mesmos lugares não faz uma banda
crescer. Tem que haver mais rotatividade, por que a maior parte dos eventos
fica repetindo bandas, pois são elas que aceitam sempre as mesmas condições,
não tentam dar vôos mais altos... E por isso temos a impressão que a cena está
saturada. Mas existem vários locais milhões de bandas de qualidade e muitos
maus produtores.
OM - PARALELO AO TRAMPO DA BANDA - FALE
SOBRE O QUE CADA UMA FAZ?
Eu sou baixista da Scatha e da Possessonica, sou
fotógrafa e cinegrafista, trabalho como Designer Instrucional e sou estudante
de Publicidade.
Julia Pombo é guitarrista da Scatha e Advogada e está
fazendo pós em Direito Marítimo. Renata Decnop, nova guitarrista da Scatha é também
guitarrista da banda Empurius, atleta de Velas da marinha e produtora
Fonográfica - até aonde sei, é só tudo isso.
Cynthia Tsai Yuen é baterista da Scatha e Tevadom, é
Engenheira. (Tá não sei ao certo - mas é algo relacionado à tecnologia).
Angélica Burns é vocalista da Scatha e Diva, estuda
Jornalismo e é estagiária de conteúdo em uma empresa de Tecnologia e Inovação. Acho que isso é tudo!
OM - NA PREFERÊNCIA DA BANDA QUAIS SÃO OS MELHORES ÁLBUNS DO METAL MUNDIAL?
Vulgar Display of Power – Pantera
Black Album – Metallica
Another Lesson in Violence – Exodus
Rust In Peace – Megadeth
Souls of Black – Testament
Reign Blood/Decade of Agression – Slayer
Chaos A.D - Sepultura
OM - NESTES 8 ANOS NO UNDERGROUND QUAIS SÃO AS LIÇÕES
APRENDIDAS?
Cintia Ventania: Saber se comunicar com
diferentes públicos, valorizar seu trabalho, e se manter firme na estrada! Por
que vão ter muitos querendo te derrubar.
Cintia Ventania: Terminar as gravações,
finalizar o vídeo clipe e mais para frente fazer uma turnê pela América do
Norte.
OM - A GALERA QUE QUISER ADQUIRIR MATERIAL DO SCATHA
COMO PODEM ADQUIRIR E APOIAR O TRABALHO DA BANDA?
Cintia Ventania: Basta entrar em contato conosco através do e-mail
bandascatha@gmail.com ou por nossa página no facebook: www.facebook.com/ScathaBand
Estamos sempre disponibilizando material novo e
divulgando novas gigs!
Para os interessados, possuímos camisas, demos e
futuramente patches para vender!
Confiram o nosso último vídeo:
OM - CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECADO PARA O PÚBLICO DA
OVER METAL!
Cintia
Ventania: Muito obrigada pela oportunidade dessa profunda entrevista!
Espero que todos que tiveram a disposição de ler
essa entrevista se identifiquem e compartilhem suas idéias sobre a valorização
do mercado musical nacional. Parabéns pela iniciativa do Over Metal Zine por
dar oportunidade às novas bandas de mostrar e contar um pouco de suas experiências.
Estamos aí na batalha!
Keep Thrashing!
OBRIGADO CINTIA E SCATHA.
PARABÉNS PELO TRABALHO DA BANDA.
NOS MANTENHA INFORMADO SOBRE OS NOVOS TRABALHOS DA BANDA.
ATÉ A PRÓXIMA.
FILIPE LIMA
OVER METAL NO FACEBOOK
OBRIGADO CINTIA E SCATHA.
PARABÉNS PELO TRABALHO DA BANDA.
NOS MANTENHA INFORMADO SOBRE OS NOVOS TRABALHOS DA BANDA.
ATÉ A PRÓXIMA.
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