No sábado dia 17/05/2013 aconteceu o VR do Rock e duas bandas fizeram apresentações marcantes, Dark Slumber (Dark Metal) e Korzus (Thrash Metal).
Após conversa com a banda Korzus tive a oportunidade de conhecer pessoalmente Fernanda Terra, ex baterista da banda Nervosa e atualmente baterista da banda Kombato (Thrash Metal) que prepara sua estreia nos palcos em breve. Fernanda nos atendeu, registramos o momento e tivemos uma breve conversa, onde maiores detalhes foram respondidos posteriormente pela internet.
Nesta entrevista Fernanda responde claramente cada pergunta, além de esbanjar simpatia, demonstra estar com muita garra para encarar o novo projeto e desafio de sua carreira a banda Kombato.
Bem aí está mais uma entrevista realizada pelo Over Metal Zine. Confira na íntegra!
Boa Leitura!
Filipe Lima – Over Metal (F.L.) Obrigado por nos atender prontamente para a realização desta entrevista.
Fernanda Terra (F.T.): Imagina,
obrigada você.
F.L. - Para aqueles que ainda não conhecem sua
história, Relembre de forma resumida o seu primeiro contato com o Heavy Metal e
quando ou de que forma apareceu a bateria em sua vida e os primeiros passos até
os dias atuais (onde você conquistou seu espaço e respeito no Metal
Nacional)? Foi paralelo um ao outro?
F.T.: Não foi paralelo não, eu comecei a ouvir metal
vendo fúria metal, clip trip, esses programas de TV do começo dos anos 90. Fui
começar a tocar bateria em 92 quando fui morar em Brasília, minha primeira
banda tocava For Whom the Bell tolls do
Metallica e Iron Maiden do Iron Maiden, tudo errado, mas a gente tocava ahaha
F.L. - Quais são suas referências gringas e/ou
brasileiras na Bateria que você considera seus grandes Mestres?
F.T.: No metal Dave lombardo, Vinnie Paul, Charlie
Benant, Gene Hoglan, Igor Cavalera, Aquiles Priester, Fernandão Schaeffer,
Rodrigo Oliveira, mas admiro outros bateras que não são do metal, como Mitch
michels, keity moon, chad Smith, João Barone entre outros
F.L. - Bandas com algumas mulheres ou totalmente
composta só com Mulheres já é uma realidade no Metal brasileiro desde meados da
década 80. Ainda hoje existe resistência
e espanto ou os marmanjos, que são maioria, encaram isso de forma diferente?
Compartilhe sua experiência e faça suas observações do que pode melhorar (Se
houver algo a ser melhorado).
F.T.: Ah ainda rola um pouco, mas já melhorou muito...
Antigamente a cena feminina era bem menor, tanto em cima do palco quanto no
publico, já teve show que eu era a única mulher do pico, os caras até invadiam
o palco...Hoje em dia se tornou uma coisa mais comum, e com isso a galera foi
encarando de uma forma diferente, aprendendo a respeitar e tudo mais, mas não
sei o que fazer isso melhorar 100porcento, acho que só com o tempo mesmo pra
isso se tornar uma coisa completamente normal.
F.L. - Como é voltar ao primeiro degrau e montar uma nova banda começando tudo do zero?
F.T.: O maior trampo, mas vamos que vamos que o rock
não pode parar, acredito que nada é por acaso, e a força que você deposita em
alguma coisa é o tamanho do retorno que você vai ter daqui um tempo.
F.L. - Refazer esse processo depois de alguns
anos de estrada é mais fácil ou é uma balança com dois pesos (pontos positivos
e negativos)?
F.T.: Ah mais fácil né? Porque sempre tem o público da
ex banda que segue a banda nova, o produtor do show que confia no trabalho e
contrata pra outro show, a experiência só vai crescendo, não vejo pontos
negativos nisso não, o respeito vem com a idade.
F.L. - Se há dificuldades quais são?
F.L. - A Kombato surgiu num momento de
"Intervalo" (breve parada se assim posso classificar) na sua
carreira, você chegou a citar que havia um certo desânimo quando surgiu a oportunidade de integrar a Kombato - você pode falar um
pouco sobre o que levou a esse ponto na época?
F.T.: Bom, eu investi muita energia na minha ex banda,
e na hora que fui colher o que plantei rolou um atrito na banda e não pude
gravar nem o que eu criei o ano inteiro, isso é completamente desanimador, não
me arrependo de ter saído da banda e nem voltaria atrás na minha decisão, mas
seria lindo se fosse tudo diferente, e a banda ainda estivesse firme, sem
conflito interno.
Eu ia realmente
dar um tempo depois de 20 anos sem parar, emendando uma banda na outra, mas o
Juan começou a me empolgar com a Kombato, e agora to numa nova fase, nem me chateia
mais também o trabalho que perdi o tempo compondo e não pude registrar, essa
nova fase é muito mais a minha cara.
F.T.: Thrash Metal, todos nos temos uma influencia
punk, mas não acho que vai sair um som Crossover, porque a intenção é fazer um
som mais elaborado, mas não sei se tem como anular as influencias no Punk.
F.L. - Já
existem novas composições em processo de gravação como está o andamento do
primeiro registro da Kombato?
Estamos
em fase de pré-produção das 4 músicas da primeira demo.
F.L. – Rodrigo Oliveira baterista do Korzus está encarregado da
produção. Como aconteceu e surgiu essa escolha e parceria?
F.T.: Foi meio natural, ele era meu amigo faz tempo e
começou a colar nos ensaios, a ideia veio dele, e banda inteira adorou, eu
achei que ia somar muito, além dele ter experiência há anos no metal, a
historia de ter um batera competente produzindo é bem interessante, ele já
falou que vai pegar no meu pé.
F.L. - Quais são os desafios pra manter-se ativo
(produzindo/gravando novos trabalhos, etc.) no metal nacional atualmente? São
os mesmos desafios de 10/15 anos atrás?
F.T.: Não, hoje em dia é realmente tudo mais fácil.
Vou falar sobre a minha realidade, há 15 anos eu estava tocando Hardcore, e não
por falta de vontade de tocar metal, o acesso era muito difícil, eu não
conhecia muita gente que tocava, muitos tinham preconceito em por uma mulher
numa banda, ainda mais na bateria. Não era todo mundo que tinha computador, ou
seja, não tinha muita internet, eu já até arrisquei a colocar cartaz na galeria
do rock procurando banda nessa época, mas ligava uma galera muito nada a ver,
fora da realidade, cobrando cachê pra ensaiar rsrsrs. Hoje em dia é tão fácil,
anunciaram minha saída da ex- banda, e já tinha um monte de propostas pra
montar ou entrar em outras bandas nas mensagens do meu facebook, tudo ficou
mais fácil com a internet, fora que hoje em dia tem muita gente que toca, da
até pra ter mais que uma banda se quiser.
F.T.: Sempre correr atrás do que quer porque nada cai
do céu, fazer as coisas profissionalmente, encarar como um trabalho mesmo, gravar
num lugar bom, ter uma boa produção, e nunca tocar de graça, pagar pra tocar
nem pensar.
F.L. - Em poucas palavras defina o que acha
dessas bandas:
- Slayer: Sem Dave Lombardo e Jeff
Hanneman, ficou fraco, gosto das formações originais, tem muita coisa boa com o
Paul Bostaph também, mas não tem como comparar
- Death: Só passou músico competente por ali, todos os bateras
são impressionantes, mas o Gene Hoglan é meu preferido
- Sepultura: Volta Cavalera ahaha,
nada contra o Derik e o Eloy, eles são ótimos, mas como já disse gosto das
primeiras formações das bandas, e sem os Cavaleras soa muito estranho.
- Pantera: uma das minhas bandas
preferidas, e é muito triste saber que nunca vou ver ao vivo, comprei o
ingresso numero um daquela vez que eles cancelaram o show do Olímpia nos anos
90, e nunca mais voltaram, enfim Dimebag Darrell morreu e ninguém substitui.
F.L. - Além de gravar a primeira demo e começar a fazer shows com a Kombato, o que você tem planejado para futuro?
F.T.: A gente já tem a ideia e tudo planejado pra
fazer o primeiro clipe, queremos gravar o cd em pouco tempo, tem muita coisa
por vir que ainda estão nos planos ainda, mas não vejo a hora de começar a
realizar. Mas uma coisa de cada vez, que venha a demo primeiro.
F.L. - O que já tem de agenda fechada para
estréia e primeiras aparições da Kombato?
F.T.: O primeiro show no Oz Rock Fest que vai rolar em
Osasco no dia do rock, esse é o que realmente ta confirmado, mas já estamos
negociando em SP, no interior de SP, sul do pais e capital do Rio.
F.T.: Filipe, obrigada pela oportunidade da entrevista
ao Over Metal.
E é
isso ae galera, espero que vocês gostem do meu novo trabalho assim como eu
estou gostando e logo mais espero estar tocando em sua cidade. Valeu!
FERNANDA TERRA - KOMBATO
FERNANDA TERRA - KOMBATO
Fernanda obrigado mais uma vez por nos atender, mantenha o Over Metal Zine informado das novidades da Kombato, Grande abraço e até a próxima!
Filipe Lima - Over Metal Zine
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