sexta-feira, 4 de março de 2016

CANCER NO BRASIL - EM NOITE DE BANDA GRINGA, TORTURE SQUAD MOSTRA A FORÇA DO METAL BRASILEIRO


Dia 27/02 - Clash Club - São Paulo

Tarde tranquila de sábado e com o fim de tarde no Clash Club, uma promessa de grande evento com três bandas brasileiras e os britânicos do Cancer fazendo sua única apresentação no Brasil. 
E não foi diferente do que eu esperava, as bandas proporcionaram aos aproximadamente 250 Headbangers presentes ao local uma noite de muito Death Metal e Death bem variado, já que cada uma das bandas executavam um Death Metal específico. Desde o Old School Death\Thrash do Cemitério, passando pelo Extremo do Cauterization, o agressivo, técnico e de alto nível do Torture Squad e o Death cru, direto realizado pelo Cancer. O Over Metal esteve presente e conta como foi essa noite marcante.

Pontualmente as 17 hs as portas já estavam abertas e as 17:20 CEMITÉRIO assumia o palco, os bangers ainda chegavam timidamente ao local e entravam aos poucos na casa. Cemitério com seu som direto, calcado na velha escolha e temáticas em parte no padrão de filme de terror anos 80 (particularmente aprecio muito) foi observado pelos presentes e executou um set com músicas conhecidas e cantadas por parte dos bangers presentes.



Set List Cemitério:
- Intro - A Casa do Cemitério - Sexta Feira 13 - Quadrilha de Sádicos - Holocausto Canibal - Tara Diabólica - O Dia de Satã - A Sentinela dos Malditos - Natal Sangrento - Asilo Sinistro - Pague Para Entrar, Reze Para Sair - A Vingança de Cropsy - A Volta dos Mortos Vivos


Breve intervalo e troca de palco e por volta de 18:30 lá estavam o trio do CAUTERIZATION, executando seu Blackned Death Metal visceral e marcante. 


Trio do Cauterization no palco do Clash Club

A banda teve algumas pausas durante show acertando detalhes do som no palco a pedido da vocalista, mas conseguiu fazer uma apresentação firme, agressiva do incio ao fim destacando a faixa que a banda trabalhou nos últimos anos "Males Infestus".  

Nunca tinha visto a banda ao vivo, mas gostei do set apresentado pela banda. Maysa (guitarra/voz) segurando a voz, fazendo as bases e solando mostrou a capacidade e versatilidade que tem, tocando totalmente desprendida do seu instrumento e despejando agressividade vocal e pelos riffs brutos de sua guitarra.
Banda bem entrosada, subiu, deu seu recado direto, curto, bruto e bem executado.

Colocaram os bangers no clima do que estava por vir com os dois grandes nomes da noite.


Set de Pedais de Maysa (Cauterization)
TORTURE SQUAD se preparava e um clima diferente tomava o local, acredito que até a banda (muito experiente e velha de estrada), estivesse um pouco ansiosa pela apresentação dessa noite, principalmente os dois novos membros, era a primeira apresentação em São Paulo. 




Tocar em casa nem sempre é fácil, tocar para um público que está acostumado com a banda e conhece toda a história e fase, aumenta a tensão. 
Mas amigos, estamos falando de Torture Squad, banda que tem preparo, treino pesado pra encarar qualquer campo de batalha, nem os novos integrantes da banda são amadores e por volta das 19:25 lá estava a banda postada no palco e já inciando a apresentação com "Return Of Evil" faixa recém lançada com vídeo clipe que apresentou a nova formação da banda. 
Nas duas primeiras músicas o público ficou um pouco na observação, público e banda pareciam oponentes num ringue em que no primeiro round ambos se estudam, mas na terceira música "Inner Strength", parece que a banda pegou uma granada, tirou o pino e jogou no meio do público, abriu se uma roda, sim era faixa já conhecida sendo tocada, mas dali em diante os bangers não pararam mais, mosh insano.
Banda e público a vontade, clima perfeito, enfim, a noite estava com cara de show de Death Metal. Falar de Castor e Amilcar e chover no molhado, performance, precisão e segurança de sempre, Rene a vontade, executando de forma segura cada musica e demonstrando que não é por acaso o novo guitarrista de uma das bandas mais competentes do Metal brasileiro. 
Set List Torture Squad
Mayara era talvez o grande foco das atenções, era a grande mudança apresentada pela banda, que volta a ser um quarteto e como a nova voz da banda e no formato como quarteto a grande comparação que muitos estavam fazendo era com o antigo vocalista Vitor Rodrigues (Voodoopriest). Mas acredito que com esse show ela conseguiu mostrar o motivo de sua entrada na banda. Versatilidade e variação vocal muita boa, com o tempo e entrosamento e novos trabalhos isso vai ficar perfeito, ao meu ver encaixou perfeitamente na banda. 
Falar do Torture é um tanto complicado para mim, a banda executa um som (que na verdade não dá pra limitar, rotular como especificamente Death Metal) exatamente como aprecio, trabalhado, com alternâncias e ao mesmo tempo preciso, com agressividade e peso. Óbvio que eu vá ficar muito satisfeito com eles ao vivo, mas a apresentação da banda foi intensa sim, uma banda brasileira com tamanha maturidade, qualidade e ao mesmo tempo gás total, resultado da mescla de experi~encia e juventude, totalmente equilibrados pelo fato de ter hoje dois membros mais jovens e dois bem mais experientes. Promessa de vir muita coisa nova e boa nos próximos shows e trabalhos de estúdio. A banda executou musicas conhecidas e apresentou novas que estarão no EP que será lançado agora em Março. 


Um show de encher o brasileiro de orgulho e digo em letras garrafais "AMERICANOS E EUROPEUS VOCÊS TEM MUITAS BANDAS HISTÓRICAS E EXCELENTES, MAS UMA COISA NUNCA TERÃO ORGULHO DE TER, TORTURE SQUAD É DO BRASIL". 
A banda encerrou a  apresentação, deixando um belo problema para o Cancer. levou os bangers ao limite. Muitos já estavam moídos a essa altura do show. 

Os britânicos do CANCER subiram ao palco de forma direta e já despejaram seu Death Metal sem meio termo.



John Walker na abertura da apresentação
O público num misto de cansaço e euforia de ver a única apresentação dessa turnê no Brasil, observou mais o inicio da apresentação e aos poucos tanto banda quanto público se entregavam aproveitando melhor a noite. Com "Death Shall Rise" foi inevitável, os bangers já eram dominados e o ambiente tomado. Pelo meio da apresentação o público conseguiu se recuperar do estrago causado pelo Torture Squad e foi possível ver roda se abrindo e bangers aproveitando ao máximo o bom e velho Death Metal executado pelo Cancer. 
Set List do Cancer
Uma breve parada de dois minutos para ajustar problemas no bumbo apontado pelo batera Carl Stokes e o show seguiu em frente. O som da casa estava bem distribuído, mas a meu ver um pouco estourando nas caixas e algumas partes mais graves e pesadas eram perceptíveis, mas nada que comprometesse o show das bandas, a quem goste de som explodindo os tímpanos (rsrs). Cancer encerrava a
apresentação com um cover do Celtic Frost "Dethroned Emperor". Eram pouco mais de 22 hs e o show chegava ao fim, uma sensação completa de dever cumprido, ótimas apresentações de cada banda, que apesar de todas serem Death Metal, cada uma seguia uma linha dentro do Death Metal proporcionando uma excelente noite aos presentes.


Antes que acabasse a noite, rápida passada no Stand das bandas e ainda deu tempo de adquirir uns materiais.

Fim de noite, fim de show e ainda teríamos uma madrugada inteira pela frente. Uma prova que podem rolar shows, talvez com 3 bandas no máximo, mas com esse mesmo nivel de organização e profissionalismo no meio de semana, abrindo mais datas para as bandas realizarem turnês e shows, basta os headbangers validarem ideias como essa comparecendo.

Uma grande noite onde a atração principal vinha do outro lado do oceano, mas, ao meu ver, os donos da noite sairam do quintal de casa, Torture Squad, que show, que apresentação. Metal brasileiro mais forte e vivo do que nunca.

Nos vemos no próximo show.
Cancer durante a apresentação no Clash Club

Resenha por Phill Lima
Fotos e Vídeos por Phill Lima e Claudio Tiberius

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