Confira a entrevista.
Rafael Arízio (R.A.) - Em
primeiro lugar obrigado por atender o Over Metal e nos conceder esta
entrevista.
Sérgio Baloff (S.B.): Obrigado a vocês pelo espaço e suporte! Deixemos o
luto profano começar...
R.A. - A banda
recentemente retornou de uma turnê na Europa, qual foi o saldo dessa turnê?
Baloff: O balanço que faço de nossa primeiríssima turnê na
Europa em 25 anos de carreira (na verdade 26 completados em maio...), a “... In
Unholy Mourning for God... European Tour 2013” é o mais positivo possível, com
vários shows extremamente memoráveis, grandes encontros com fãs – novos e
antigos –, novas amizades e contatos feitos, boa cerveja, boa comida (e às
vezes não tão boa também...), alguns dias sem banho (como de costume...) e, é
claro, alguns “perrengues” típicos de um giro como esse, mas o mais importante,
entre aspectos positivos (em sua grande maioria, felizmente) e negativos é a
sensação do dever cumprido em ter levado o Culto da Morte ao Velho Mundo com o
mesmo furor e sangue nos olhos com os quais costumamos a espalhá-lo aqui em
nossa terra, o Brasil. Finalmente pudemos ver ‘in loco’ aquilo que costumamos
notar de longe, que é o grande respeito e admiração que os europeus têm pelo
Metal verdadeiro feito do lado de cá do planeta, daí o fato de sermos uma
grande escola realmente para uma legião interminável de bandas e maníacos mundo
afora, o que nos faz questionar, mais uma vez, o porquê de nem sempre termos
esse mesmo respeito dentro de nosso próprio país, mas isso já é assunto para outra
conversa...
R.A. - Como foi feito o
contato para essa turnê gringa com o Nervochaos?
Baloff: Já tínhamos a idéia de realizar essa tour européia há
alguns anos, mas somente ano passado foi feito o contato definitivo com a
Roadmaster Agency, do meu amigo Daniel Duracell, que nos enviou sua proposta e
a quem somos muito agradecidos por ter tornado esse nosso primeiro giro no
Velho Mundo possível. Termos tido o Nervochaos junto com a gente nessa jornada
foi algo muito prazeroso, o que fortaleceu ainda mais a amizade que já tínhamos
com o nosso amigo e irmão Edu Lane, assim como permitiu que conhecêssemos e
também nos tornássemos amigos dos outros membros da banda. Esperamos por novas
parcerias com os caras em breve! Nervohunter Chaos Cult shall return!!!
HAHAHA!!!!!!!!

Baloff: Pegamos todo tipo de público, cara, dos mais “calmos”
aos mais selvagens, mas todos sempre muito receptivos e dando um grande suporte
à banda. De qualquer forma, nada se compara ao público brasileiro, que, talvez
por não disporem de tantos shows de Death Metal como lá fora, é sempre um show
à parte em cada apresentação nossa.
R.A. - Como está a
repercussão do último disco ...In Unholy Mourning...?
Baloff: A receptividade de “...IUM...” na cena tem sido
grande, com muitos reviews positivos em diferentes publicações mundo afora –
alguns deles colocando-o entre os melhores lançamentos de Death Metal de 2012,
o que mais uma vez nos deixa muito orgulhosos por todo o árduo trabalho
desenvolvido – e também uma excelente aceitação por parte dos fãs da banda e
amantes de Death Metal em geral, a quem nosso trabalho é realmente voltado.
Creio que com o lançamento oficial do álbum em CD e LP na Europa em breve via
Evil Spell Records a tendência é que essa repercussão aumente e assim mais
maníacos mundo a fora tenham acesso ao mesmo.
R.A. - No novo disco tem
uma música chamada "Hail The Metal of Death!", de quem foi a idéia e
como foi a concepção desse hino ao metal da morte?
Baloff: “Hail the Metal of Death!” tem música e letra minhas,
assim como todo o álbum (com exceção do cover do ThrashMassacre), e a idéia foi
basicamente a mesma que tive quando escrevi “Long Live the Death Cult”, ou
seja, pagar tributo ao Death Metal com uma música e letra que honrem a sua
verdadeira essência. Pelo menos em nossa concepção, atingimos o nosso objetivo
da melhor forma possível.

Baloff: É uma mistura de sentimentos, cara: orgulho por sermos
mais fortes do que quaisquer percalços que tenhamos enfrentado e honestos o
bastante para jamais termos sucumbido a quaisquer modas e tendências ridículas
que sempre infestam a cena e que com elas levam o caráter e a personalidade
daqueles que um dia clamaram ser “verdadeiros”, e por outro lado, às vezes certa
decepção também por nem sempre sermos reconhecidos dentro de nosso próprio país
por esse “feito” (usando suas próprias palavras), mas felizmente o primeiro
sentimento sempre prevalece, o orgulho sadio, que anda lado a lado com a honra
de representarmos o Death Metal brasileiro da forma mais genuína possível, e é
esse tipo de sentimento que nos mantém firmes, fortes e de cabeça erguida no
caminho que escolhemos seguir. HAIL VICTORY!!!
R.A. - Quais as melhores
lembranças de vocês sobre os anos 80, que foi a época de ouro para o Metal em
geral no Brasil, e qual característica que tinha nessa época e que falta hoje
em dia?


R.A. - Quais foram as
bandas que inspiraram a criação do Headhunter D.C.?
Baloff: Algumas. Sodom, Bathory, Slayer, Tormentor/Kreator,
Hellhammer, Messiah, Sepultura, Holocausto, Mutilator, Death, Poison (GER),
algumas das primeiríssimas bandas de raw Hardcore, Blood Feast entre outras…
R.A. - O que falta para
alguma banda Brasileira despontar na Europa como o Krisiun, por exemplo?
Baloff: Eu não saberia bem ao certo, mas acho que o principal
é o foco. Se todos numa banda tiverem o mesmo foco e forem verdadeiros naquilo
que fazem, junto, é claro, com a certeza de seu talento, todos têm muitas
chances de despontar na Europa e em qualquer lugar do mundo.
R.A. - Recentemente aqui na região as bandas mais significativas se uniram para
organizar seus próprios shows numa pequena turnê chamada 4 Metal Bastards
Union, devido a precariedade, falta de bom senso e oportunismo dos promotores
da região que só visam o próprio lucro. O que vocês acham dessa iniciativa?
Baloff: No mínimo louvável e acho que o
exemplo deveria ser seguido por outras bandas e outras cenas, desde que essas
bandas possuam fortes elos musicais e ideológicos entre elas.
R.A. - O que vocês acham
que falta para acontecer para a cena Brasileira algum dia poder ter uma
estrutura como a Europa?
Baloff: Acho que a Cultura é a palavra-chave para o
desenvolvimento de qualquer forma de veículo para a disseminação de idéias
fortes e música idem. A partir do momento que o próprio público e as bandas
passarem a encarar a cena metal Underground com mais seriedade (assim como é
encarada lá fora) ao invés de uma simples “fantasia juvenil”, creio que esse
quadro atual irá mudar gradativamente.
R.A. - Cite 10 álbuns do Metal mundial que são
marcantes em sua opinião.
Baloff:
Iron Maiden – Piece of Mind
Black Sabbath – Master of Reality
Immolation – Dawn of Possession
Hellhammer – Apocalyptic Raids
Possessed – Seven Churches
Sepultura – Morbid Visions
Kreator – Pleasure to Kill
Slayer – Hell Awaits
Death – Scream Bloody Gore
Slayer – Show no Mercy
Baloff: Os
shows pelo país voltarão a acontecer a partir de agosto. Após a turnê estamos
dando uma breve parada para dar uma atenção maior a alguns projetos que
queremos realizar ainda esse ano, como, por exemplo, o lançamento de um EP ou
split EP, então desde já estou me dedicando ao desenvolvimento de novas odes à
morte e à decomposição divina...
R.A. - Considerações
finais e recado para nossos leitores
Baloff: Agradeço mais uma vez pelo espaço e suporte e convido
a todos a unirem-se a nós em luto profano por Deus. A saga continua... DEATH BY
METAL!!!
Entrevista por Rafael Arízio - Over Metal
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