quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

ANTESTOR: BRAZILIAN TOUR 2013




Escrito por: Leandro Calejon
Revisado por: Suellen Rocha
Colaboradores: bandas Antestor e Over Death.
PARÁGRAFOS ACRESCENTADOS POSTERIORMENTE: FILIPE LIMA (OVER METAL E-ZINE)

Extraído originalmente de: http://www.myspace.com/overdeathbrasil/blog

O Antestor é sem dúvidas a maior banda de Metal Extremo cristão da Europa. Há mais de dez anos a América do Sul esperava poder ver a apresentação de uma banda como essa, e finalmente este grande dia chegou, e o Brasil é o palco deste grande evento na história do Metal Extremo.

Após esse longo tempo de espera, uma mensagem na internet chamou a atenção do público brasileiro: "estamos indo para o Brasil".
A mensagem vinha da própria banda e deixou os fãs brasileiros com expectativas e receios, pois a notícia era maravilhosa, porém por muitas vezes rumores já haviam sido divulgados criando expectativas que nunca se cumpriram.
Algum tempo depois os eventos começaram a ser divulgados e a notícia se mostrou real para a alegria dos fãs brasileiros.
A partir do dia dez de janeiro de dois mil e treze, Jundiaí, São Paulo, Curitiba, Belém, Vitória, Belo Horizonte e Rio de Janeiro seriam os locais por onde a banda iria passar.
Por se tratar de uma banda de Metal Extremo e que tem uma postura cristã, muitas pessoas com um pensamento mais fechado não aceitaram bem a notícia e começaram a fazer ameaças contra a banda na internet. Isso não intimidou a banda que continuou com os shows confirmados.
BLOODFORGE E ANTESTOR
Após mais de dez anos esperando, o dia do primeiro show chegou, e a ansiedade era grande. Jundiaí se preparava para receber o Antestor, a casa preparada com seus seguranças e uma bela estrutura.
Devido ameaças, muitas pessoas cancelaram os ingressos, mas nenhuma dessas ameaças se cumpriu.
O show foi excelente. A abertura feita pelos anfitriões Bloodforge e o grandioso Antidemon. 




Com o Antidemon no palco o público foi esquentando para receber a atração principal. Certamente, que a maior banda desta cena no Brasil não poderia estar de fora. Tocando músicas dos álbuns antigos e do novo intitulado "Apocalypsenow", lançado pela Rowe Productions, o nosso único representante que já tocou no Nordic Fest, o maior festival desta linha lá nas terras nórdicas, fez a festa de recepção esquentar muito. 
Quando finalmente o Antestor subiu ao palco, a galera já estava mais do que ansiosa e o Antestor fez valer a pena esperar. 
Tocando músicas de seus CDs anteriores e do novo intitulado "OMEN", mostrando uma surpresa após a outra. Desde não se apresentar mais usando o habitual visual agressivo com corpse paint, até surpresas como o David, vocalista do também norueguês Arvinger, até um cover de Sepultura como homenagem e agradecimento a receptividade do público brasileiro.
A noite acabou com a certeza de que os shows a seguir seriam ainda mais loucos e cheios de surpresas.




O próximo show foi no Hangar 110, também em São Paulo, mas desta vez na Capital do Estado. A fila se formava lá fora e crescia cada vez mais. Os portões se abriram e a banda paulistana Over Death abriu o show esquentando o ambiente com músicas que provocavam muita pancadaria na roda lá em baixo. A banda tem se destacado na cena tocando com grandes bandas e fez na mesma noite o lançamento do seu primeiro CD "Funeral". 
E mais uma vez o público foi ao delírio quando o Antestor subiu para a apresentação no ponto forte do Estado de São Paulo. A cada música tocada a roda pegava fogo e o público cantava todas as músicas. Era incrível ver o público fazendo coros em músicas como "Rites of Death" e "Kongsblood". A reação no rosto dos músicos era incrível, e mais tarde os membros do Antestor  explicaram que isso não é visto com frequência na Europa, e que eles mesmo nunca tinham vivido isso.
A banda se mostrou muito interativa com o público, sempre conversando com a galera e explicando um pouco sobre cada música do novo álbum, sempre falando sobre trechos de músicas como "ame seus inimigos". 
Quando o Robert, guitarrista da banda, começou a falar sobre as influências que o Brasil trazia sobre eles, desde o futebol até lutadores consagrados de MMA, e quando disse que fariam um tributo ao Brasil tocando a música “Territory" do Sepultura, a casa foi à loucura. Após o cover, David foi chamado ao palco, e enquanto a banda se preparava, os organizadores e também membros da banda Over Death, Dã e Suellen, foram chamados para dar uma palavra ao público sobre o que representava realizarem um evento como tal em São Paulo, e o que a galera underground poderia fazer para que mais eventos como este pudessem acontecer. 
Enquanto Dã falava sobre o evento, o mais inesperado aconteceu. Após muitos elogios e dizer quão bom era ter alguém como Suellen ao lado apoiando as decisões, ele pediu no palco a mão de Suellen em casamento, e ela, surpresa, aceitou enquanto a banda tocava a tradicional marcha nupcial. 
A banda que já sabia e compactuava da surpresa declarou em seu site oficial que: “com certeza esta foi a situação mais inesperada com a banda”. 
Após o pedido aceito e a banda pronta, Antestor e David ofereceram a música Kongsblood para os agora noivos, e a noite foi fechada com chave de ouro ao som incrível do coro dos fãs cantando a introdução da música.
HAWTHORN
Em seguida viriam os shows de Curitiba, Belém, Vitória, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
O show de Curitiba era um dos mais esperados, já que o Sul do nosso país é conhecido por ter muitos fãs de metal.
Em Curitiba o show teve a abertura feita pela banda Hawthorn, banda conhecida na cena, e assim como em São Paulo, a casa lotou e Curitiba teve uma noite histórica. 


HOWTHORN E ANTESTOR


























Vinha Belém na rota, mas assim que a banda foi fazer o embarque no aeroporto, foram informados de que o embarque não poderia ser feito devido a problemas com as passagens. Tentamos resolver tudo com os organizadores de Belém, mas após mais de seis horas esperando no aeroporto a banda entendeu e decidiu que não seria possível realizar o show de Belém.
Imediatamente a banda soltou uma nota oficial na internet comunicando o ocorrido. Os organizadores de Belém decidiram realizar o evento gratuitamente, apenas com as bandas de abertura Zurisadai e Propiciatorium. 
A banda foi para Vitória e lá enfrentou mais um desafio, o local onde o show seria realizado originalmente foi mudado, pois choveu muito em Vitória e a casa de shows inicial foi alagada. Como tudo aconteceu de repente, não houve tempo para divulgar o novo local e muitos se depararam com portas fechadas e não puderam ir ao show por não haver mais condução. Mas ainda assim o show foi grandioso com as bandas Khalisys, Prayer e Fire. 
E assim o Antestor deixou Vitória e rumo a Belo Horizonte. 





Faltavam dois shows para encerrar a tour, BH e Rio. O show de Vitória tinha sido um refrigério para a banda que teve que cancelar um evento, porém Minas Gerais se mostrou um grande obstáculo a ser superado pela banda. O show teve a abertura do grande Devotam e do Krig. 
E enquanto o Antestor tocava, um grande grupo com cerca de trinta "extremistas" foram "protestar" na porta do evento. Segundo eles, a banda não era bem vinda a Minas por cantar músicas que expressavam a crença dos membros em Deus. E curiosamente gritavam: "vocês são covardes, não podem tocar em nosso país".
Porém, o Brasil é um país que permite por lei a liberdade de expressão e a liberdade religiosa o que caracteriza este "protesto" como crime de intolerância religiosa e descriminação. O grupo ainda furou os pneus da van da banda, cuspiram nos membros e agrediram fisicamente alguns membros da banda. Isso não é protesto e sim vandalismo. A polícia de Minas escoltou a banda até alguns taxis e lançou bombas de efeito moral para dispersar o grupo de vândalos. A polícia já foi acionada e a justiça fará a sua parte para lidar com grupos radicais como este. 
Mesmo após tantos desafios, os membros terminaram a missão em Minas Gerais felizes e carregados com uma nova dose de ânimo para poder fazer seu último show da turnê brasileira. 
Chegamos à cidade maravilhosa e ao último show do Antestor em nosso país. A banda disse estar preparada para o calor tropical brasileiro, mas não para tanta chuva. Mas, a tarde chuvosa e quente não impediu a galera de comparecer em peso ao show. As bandas de abertura Uncaved  e Handsaw fizeram sua parte com excelência e aqueceram a casa para a despedida da banda. 

Quando o Antestor subiu ao palco, o show bateu as expectativas e ainda se sobressaiu ao esperado. Do mezanino era possível ter a visão perfeita da casa cheia e da roda gigantesca com umas 50 pessoas se moendo a cada música brutal do Antestor. Em certo ponto a coisa ficou descontrolada, o povo começou a subir e se jogar do palco, primeiro de um em um, mas depois eram três ou quatro de uma vez, pessoas subiam e se jogavam simultaneamente, e em certo momento um cara se jogou do mezanino. Assim como nos outros shows, a cada música a banda conversava com o público e mostrava a felicidade em tocar para os fãs brasileiros, mas desta vez era ainda mais nítida a surpresa nos olhos dos integrantes, Erik, baixista da banda falou novamente a frase "ame seus inimigos", e ainda acrescentou "mesmo que eles tentem estragar o seu show". Uma menção clara ao ocorrido em BH. Em outro momento ele disse "esta música fala sobre quebrar as correntes que te prendem, que te puxam para baixo. Quebrem as correntes do perdão, Cristo quebra as correntes sem olhar os motivos que nos leva a errar, ele simplesmente nos perdoa”. 
A galera foi a loucura com as palavras e mostrou que mesmo que haja extremistas contra a posição e crença da banda, a maioria e a banda nunca vão desistir daquilo em que acreditam. 

VALE LEMBRAR QUE A BANDA REPETIU O TRIBUTO AO METAL BRASILEIRO FEITO EM TODA AS DEMAIS APRESENTAÇÕES - O COVER DE TERRITORY (SEPULTURA) E VALE DESTACAR PERFEITO!  NESSE MOMENTO NADA MAIS PODIA SER CONTROLADO.  

E isso incendiou ainda mais o coração do público, a cada mosh e a cada nova formação de roda lá em baixo a banda se empolgava mais, e isso se confirmou quando Erik se jogou de costas e o público o carregou enquanto a música rolava, devolveram ele ao palco e assim o show foi encerrado.




























E a turnê do Antestor em terras brasileiras infelizmente chegava ao fim.
Foram shows históricos e sem dúvida posso afirmar que as duas partes pensam o mesmo. 

Após conversar com a banda podemos dizer que se despedem muito tristes por terem que esperar uma próxima oportunidade de voltar, e muito felizes por verem o quanto os brasileiros são loucos e o empenho de cada pessoa em ajudar a realizar esta incrível e inesquecível experiência para o Antestor.
Juntamente com Claudio Tibérius pudemos realizar esta turnê brasileira com o Antestor, fomos o "quartel de comando" desta missão, pudemos acompanhar a banda em três shows, idas e vindas do aeroporto, almoços, jantares, dormidas em hotéis e em colchonetes no chão emprestados por amigos.


Pudemos testemunhar uma banda vinda de fora que se preocupou com o que os fãs iriam pensar deles, uma banda que ora antes dos ensaios e se preocupa em fazer o melhor show possível para os fãs. Pudemos presenciar a preocupação da banda com cada organizador envolvido, se iriam conseguir pagar as contas do evento ou se iriam se endividar. Que já tinha desafios a enfrentar mesmo antes de pegar o primeiro vôo, pois antes de saírem de casa já tinham visto mais de dezesseis páginas de ameaças, tinham que contar as moedas para pagar as passagens aéreas que a banda pagou do próprio bolso e ainda receberam de última hora uma notícia de seu tecladista Nickolas, de que ele não estava bem de saúde e teria que ficar na Noruega para se tratar. Ainda assim não se intimidaram e aceitaram a tarefa. Nos mostraram ser uma banda com responsabilidade e postura.
Muitas pessoas comentaram sobre fatos como a banda não usar mais corpse paint, por não usarem visual extremo, por tocarem cover de Sepultura, pessoas que se preocupam tanto com estes fatos que não conseguem ver o bom testemunho e postura da banda.
Vi o próprio Antestor pagar a passagem da banda de ida e volta para a Noruega, fazer os shows sem pedir cachê, dormindo no chão, orando e pedindo orações pelo membro da banda que não pôde vir, orando nos ensaios e orando para agradecer cada coisa que nós como organizadores fazíamos por eles, mostrando que são missionários. Vi o Antestor descer do palco após o show e tirar fotos com cada um que pediu. 





























Cada banda que tocou nos eventos dessa turnê pagou o preço, e não foi em cifrões, cada organizador foi recompensado pelo trabalho que realizou e também não em dinheiro, mas sim recompensados com o privilégio de trabalhar com este ícone do Metal Extremo que se mostrou um exemplo a ser seguido por aqueles que se dizem cristãos.

Posso falar por São Paulo ao dizer que não obtivemos lucro e quase ficamos endividados, porém Deus nos mostrou o que é ser próspero, ser próspero é poder fazer tudo sem faltar nada, e assim tudo foi realizado, exatamente na medida em que era preciso para pagar o salão alugado e as demais despesas.

Deus fez vários milagres nesta turnê, e quem quiser saber mais, entre em nosso blog no Myspace: www.myspace.com/overdeathbrasil





2 comentários:

  1. realmente, o Antestor é um ministerio!!!! não simplismente uma banda, mas um ministerio de missionários, musicos missionários. eu estive em belem e fiquei triste por não os ve-los lá naquela cidade, mas... graças a Deus, Ele os conduziu as outras cidades em paz e segurança, e posso dizer que houve um mover em muitas bandas, lideres e ministerios, muitos foram avivados com a vinda do Antestor para nossas terras, bandas correram contra o tempo para poder gravar, ministerios abriram suas portas para que eles podessem se apresentar em suas cidades entre outras coisas... e a humildade, simplicidade, compromisso e desposição desses caras ficara sempre em nossos corações!!! Deus abençoe!!!!1

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    1. OBRIGADO TIBERIO CASTRO PELO SEU RELATO. OBRIGADO POR ACESSAR O BLOG.

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