quarta-feira, 4 de novembro de 2015

METAL LAND - UMA FESTA DO METAL BRASILEIRO




Desde que vi a primeira divulgação sobre o Festival Metal Land despertou em mim o interesse em participar, mas depois de conhecer todo o line-up do festival tornou se obrigação pra mim estar no Metal Land. Mais de 30 bandas, sendo que apenas 1 era atração internacional, Tim Ripper em 3 dias de Metal puro.


Tudo estava certo e programado, até que 1 semana antes do evento recebi a notícia que o transporte que usaríamos para ir a Altinópolis tinha sido cancelado por motivos burocráticos e cada um teria que providenciar uma forma de ir ao evento.


Já estava desistindo e somente na quinta-feira à noite encontrei uma solução com ajuda dos amigos Klein (Monstractor) e Rodrigo e com garanti minha ida para o Metal Land.

Na sexta-feira recebemos a confirmação das credenciais de imprensa para trabalhar no evento. Enfim, não haviam mais desculpas para não estar no 1º Metal Land.


As apresentações de sexta-feira não pude assistir, pois no momento em que elas aconteciam eu estava na estrada com amigos encarando pouco mais de 8 horas de viagem. Algo que sentimos muito, queria muito ter acompanhado as bandas desde o primeiro dia.

Metal Land 2015 era iniciado no Palco DIMEBAG pelas bandas CIRCLE OF INFINITY, FUNERATUS, NECROFOBIA e UGANGA. Grande marco para este festival que após muitas outras edições terá um valor histórico imenso.

Entrada do Hotel Fazenda



Área de Camping
Chegamos as 9 hs da manhã de Sábado, pegamos nossas pulseiras, conhecemos o local, instalações, área de camping, banheiros e restaurante. Fiz uma rápida parada de 1 hora somente para um descanso pois o 2º dia/noite do Fest seria longo e com mais apresentações incríveis.

Antes de iniciar as apresentações pausa para o almoço e é preciso destacar que a comida era boa, preço adequado pelo fato de poder comer à vontade rs.

A estrutura de som e palco já me deixou tranquilo, foi possível constatar isso enquanto os técnicos do Sepultura e a banda Krisiun passavam o som, pois sabia que com isso assistiria várias apresentações com qualidade sonora e isso é importante para o público e para as bandas.


E conforme a programação às 15:30 PROJECT BLACK PANTERA abriu as apresentações do palco DIMEBAG, o público espalhado pelas ótimas instalações do Hotel Fazenda Vale das Grutas foi chegando aos poucos e conferiu uma apresentação enérgica e intensa da banda.  Em meio a apresentação deles a banda Krisiun chegou ao local e atendeu tranquilamente alguns fans para fotos enquanto Black Pantera encerrava o primeiro show do palco Dimebag.

Natália Oliveira com a banda Krisiun
 
Logo em seguida VIZARESH assumiu o palco, banda nova na idade, mas com músicos experientes no cenário nacional, Death Metal sem meio termo e vocal marcante. 

A terceira banda a se apresentar foi a NEKROST, banda experiente vinda de Manaus (Green Hell) subiu ao palco e colocou tudo abaixo, banda e público fizeram da apresentação algo marcante.  Que apresentação, músicas matadoras, Thrash as vezes técnico, mas sem fugir das características originais do Thrash, porrada, presença de palco contagiante, um show excelente e intenso de se ver e ouvir.



Chegava o grande momento, a estreia do Palco DIO (melhor nome impossível), nada melhor que isso ser feito pelo VOODOOPRIEST, outro marco importante que entra para a história desse festival e daqui a outras edições e anos será relembrado. Voodoopriest apresentaou as excelentes músicas do álbum Mandu. 



No meio da apresentação da banda o participante ilustre do festival chegou dando voadora no peito de todo mundo: A CHUVA! Mas não pense que isso parou o show ou esfriou o ânimo dos bangers, sim muitos correram para a parte coberta, só que mais de 40 bangers insanos (sim parei o vídeo para contar) ficaram debaixo do pé d’água cantando com a banda a faixa que para mim já um clássico, Mandu!

Público permaneceu debaixo da chuva forte
Arrepio toda vez que vejo o vídeo que gravei e lembro desse momento!


Sabia que haveriam outros shows, mas ali estava para mim a apresentação mais marcante do evento pela qualidade da banda, pelo fato de ser a estreia do palco DIO, pela chuva pesada, pelos bangers que ficaram debaixo d’água como guerreiros que não fogem das surpresas de um campo de batalha e pela atmosfera que envolve as apresentações do Voodoopriest.




Me arrependo até agora de não ter ido me juntar aos 40 guerreiros que fizeram aquele momento entrar para a história do Metal Land. Claro que houve um motivo, eu estava cheio de equipamentos para fotografar e filmar aquele momento épico e não podia molhar.

Passado o susto fomos conferir os efeitos da chuva, algumas barracas alagadas nada que um banger que frequenta festivais não saiba encarar, muito menos ficar de mimimi, até porque não fomos a festival em estádio, para ficar no concreto ou num camarote VIP com Ar Condicionado.  A proposta aqui era outra, fest com muita música pesada e área aberta cercado pela natureza.

Público acompanhou as apresentações mesmo com a chuva



Em sequência as apresentações passaram a ser alternadas, terminava uma no palco DIO iniciava outra no Palco DIMEBAG e vice-versa.

DIRTHY GLORY, NECROMANCIA, ARMAHDA fizeram essas alternâncias de palco, devido aos transtornos da chuva não consegui acompanhar na integra a apresentação das mesmas, só que o pouco que vi foi marcante, com o público presente e correspondendo a energia e intensidade que vinham dos palcos.

Claustrofobia fazendo uma apresentação insana


CLAUSTROFOBIA assumiu o comando do palco DIO e fez uma apresentação matadora, algo obvio, impossível um show desses caras ser ruim, um set perfeito e o público já acostumado com os efeitos da chuva completou a apresentação da banda marcando presença e bangeando o tempo todo.

KING OF BONES deu sequência subindo no palco DIMEBAG e fazendo uma excelente apresentação. 


Krisiun destruindo no Palco DIO

Em seguida veio o show que eu mais esperava no evento, KRISIUN. 

É complicado trabalhar fazendo a cobertura do evento diante de uma das bandas que você mais aprecia no metal mundial. A vontade de abandonar tudo e colar na grade e entrar no Mosh é imensa. Mas eu tinha um trabalho a executar.   
Este foi outro show que foi realizado debaixo de chuva e mesmo assim os bangers não arredaram o pé, o mosh foi na lama mesmo. Músicas como “The Will to Potency” e “Descending Abomination” estiveram no set list avassalador executado brutalmente pela banda do início ao fim.

CENTÚRIAS deu prosseguimento assumindo o palco DIMEBAG numa apresentação contagiante e com presença marcante do público.




A banda mais aguardada do evento SEPULTURA assumia o palco DIO, os fas e público do evento tiveram a oportunidade de ver e ouvir clássicos que a banda vem apresentando nesta tour comemorativa de 30 anos. Músicas como “Troops Of Doom”, “Arise”, “Refuse/Resist”, “Territory”, “Propaganda”, “Biotech Is Godzila” e “Roots”, obvio que não faltariam e assim fechava a noite do palco DIO de forma perfeita.




Publico curtindo apresentação do Sepultura



Monstractor se apresentando
Mas ainda teriam 3 apresentações no palco DIMEBAG, com as bandas ANEUROSE, MONSTRACTOR E VOIDEN.  Para quem achou que não teria público com gás para assistir e acompanhar teve até mosh com vocalista de banda no meio, sim a Aneurose conseguiu extrair gás e energia dos bangers durante toda a apresentação. Não pude acompanhar toda a apresentação da Monstractor e Voiden, porque depois de mais de 8 horas de viagem da madrugada de sexta para sábado e chegar no evento já quase que trabalhando, às 4 horas da manhã o corpo pediu arrego, não aguentou o cansaço e peso dos equipamentod, eram mais de 24 horas sem descansar direito. Assim encerrou pra mim a segunda noite do festival.


O dia seguinte o clima já era diferente, bangers mais a vontade e familiarizado com o local e mais pessoas já haviam chegado, área de lazer e jogos lotada, o sol apareceu e foi possível relaxar, bom, os outros né. Enquanto os bangers curtiam uma bela piscina eu estava fardado realizando entrevistas para a Web TV do Over Metal. 
Assistam aqui o Programa 2 >> https://www.youtube.com/watch?v=0s3HL8KpK6A

Phill Lima entrevistando Gustavo do Funeratus





Phill Lima com Soulspell
E chegava a hora de começar a última noite do Metal Land STONED BULLS abria as apresentações do Palco DIMEBAG, seguida pelas bandas FIREGUN e MAD MAMBA. O palco DIO teve TUATHA DE DANANN e SOULSPELL, este último com uma apresentação que envolveu e agradou ao público presente.



FÚRIA INC retomou as apresentações do palco DIMEBAG e deu conta do recado, apresentação intensa e com participação do público.

TIM RIPPER, não há muito o que dizer, pois é garantia de show perfeito, canta muito, uma apresentação sem defeitos, o ponto alto, mesmo debaixo de chuva (a participante ilustre do Festival), foi o clássico “Painkiller”!

Krow se apresentando no palco Dimebag
KROW assumiu o palco DIMEBAG e a força e relevância dessa banda é visível pela quantidade de bangers que se reuniram para apresentação da mesma. Acha que você nunca vai se emocionar em um show de Death Metal, isso rolou quando os caras fizeram uma homenagem às vítimas do incêndio que aconteceu em Bucareste na Romênia!


MATANZA foi outro ponto alto do festival, a banda tem um grande número de fãs que colaram na grade e cantaram do início ao fim debaixo de chuva também.

Em seguida o Thrash Metal sem frescura do EXECUTER assumiu o palco DIMEBAG eno qual o quarteto mostrou o quanto ainda tem muita lenha para queimar, mosh insano, apresentação intensa e banda e público satisfeitos.

ANDRE MATOS e banda assumiram para fechar as apresentações do palco DIO. Os fãs foram presenteados ao fim do Show com os clássicos “Angels Cry” e “Carry On”.  
Andre Matos - Foto By Marcelo Piai


TRATOR BR deu sequência no palco DIMEBAG e apresentou seu Death Metal cantado em português que faz jus ao nome da banda, é um trator destruindo tudo, as bandas SHOTDOWN e SEPHION encerram o último dia do Festival e assim chegávamos ao fim da primeira e histórica edição do Metal Land.



Quero destacar alguns fatos:

> Todas as bandas que tocaram eram autorais e os shows que pude presenciar não vi cover de banda renomada;

> Fora Tim Ripper, todas as atrações eram brasileiras;

> Algumas pessoas destacaram que o público foi razoável. Bom, para mim a participação do público poderia ser maior sim, mas a primeira edição do Wacken teve apenas 800 pessoas e hoje é o maior Fest Open Air de Metal do mundo. O público pode vencer os traumas e fantasmas do passado e na próxima edição prestigiar o Metal Land 2016 sem receios;

> Banheiros em condições básicas de uso, restaurante com boa alimentação e preço acessível, bom espaço para camping, área de lazer com piscina, salão de jogos e WiFi liberado (isso é o céu rs).

> Não houve incidentes de brigas ou registros de transtornos, procurei saber e até o momento de fazer essa resenha não me chegou nada contrário a essa informação;

> Atendimentos médicos também não chegou ao nosso conhecimento que tenham ocorrido mesmo com a turma enchendo o pote;

> Destacar também a relevância desse Metal Land, que tem a árdua missão de fazer um Fest Open Air ter sequência e crescer num país onde tudo é extenso, logística é caro, além do trauma recente de dois grandes Festivais que tiveram um fracasso na organização.

> Bandas que participaram da votação tiveram seu espaço para tocar e apresentar seu som com boa estrutura;

> O horário das apresentações estavam conforme a programação, com pequeno atraso só no último dia, mas nada que interferisse no bom andamento do festival;

> Espaço cedido para nós imprensa foi conforme o combinado, para o Over Metal foi uma grande oportunidade, experiência e aprendizado;

> Produção do evento sempre esteve acessível para dúvidas e informações;



No mais retornei para casa encarando mais 8/9 horas de viagem, pouco mais de 1200 km de estrada (ida e volta) ciente de que valeu cada centavo investido e gasto neste Festival.  Retorno com a mala cheia de novos materiais, camisas de bandas, mas também com novas experiências e amizades feitas (que é o mais importante).


Agradeço ao suporte e apoio da minha equipe de trabalho Isabele Miranda, Julio Cesar e Harisson.

Parabéns a todos que fizeram esse festival acontecer (Produção, Público e Bandas) e o escreveram na história do Metal Brasileiro.  Lembrando que o papel mais importante dos 3 é o do público, mesmo não sendo a única.


Como sempre falo e repito, compre material das bandas brasileiras e independentes, vá a shows, assistam os vídeos, compartilhem, leiam zines e revistas, façam o metal acontecer em nosso país.

Nos vemos num próximo festival e show por esse Brasil ou fora dele!


Até lá!!!

Grande Abraço!

Phill Lima









3 comentários:

  1. Belo texto, tenho o privilégio de compartilhar dessa experência!
    E ser uma dos 40 guerreiros ensopados! hahahaha

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    1. Obrigado Minishe, parabéns guerreira! Foi lindo o que vcs fizeram!!!

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  2. Bela Matéria Phill, dessa vez não deu para ir.Mas nos próximos estaremos lá, e que venha Cannibal/testament /,,/

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